Os patrões dizem que a paralisação desta quinta-feira não se fez sentir, sargentos não fizeram greve mas uma reflexão, já o sindicato dos trabalhadores dos impostos teme que situações como a de hoje se repitam.
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Do lado do patronato, a primeira reacção foi de João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio, diz que o sector não sentiu grande efeito da paralisação.
«Não entramos em guerra de números, mas a actividade decorreu praticamente normalmente. As consequências nunca são positivas em termos de impacto económico, não vamos dramatizar mas numa situação económica como a actual é sempre mais um ponto negativo, mas é um método de protesto permitido por lei», referiu João Vieira Lopes.
Neste dia de greve geral, os sargentos das forças armadas promoveram o que chamam de reflexão ao almoço, que consiste em prescindir da refeição aproveitando esse tempo para reflectirem sobre os problemas que os afectam.
Lima Coelho, presidente da Associação Nacional de Sargentos, explicou que não podendo os militares fazer greve, a adesão que a iniciativa teve dá-lhe um significado igualmente relevante.
«O que aqui está em causa não é o tipo de iniciativa que se faz, é a dimensão, a unidade e a coexão com que se faz. Ora atingir níveis de adesão sempre superiores a 80 por cento por parte de um grupo profissional com as características dos sargentos de ortugal não é qualquer coisa fácil de realizar e deve incomodar quem percebe que isto representa unidade e objectividade», destacou Lima Coelho.
Também os praças promoveram uma iniciativa idêntica, Luís Reis, da associação que os representa, diz que entre os soldados a adesão também foi elevada.
«O balanço é positivo, digamos que se situa entre os 70 a 75 por cento, aquilo que pedimos aos camaradas foi que reflectissem durante a hora de almoço, não comparecendo no refeitório, que pensassem nos problemas que os vêm afectando. Penso que o objectivo foi conseguido. E vamos preparar as coisas já para o dia 30 com a vigília em frente à residente oficial do Presidente da República», frisou Luís Reis.
No balanço do que aconteceu esta quinta feira, os trabalhadores dos impostos dizem ter receio de serem agredidos durante o exercício das suas funções. Recorde-se que esta manhã três repartições de finanças foram vandalizadas.
O sindicato que representa estes trabalhadores diz estar preocupado com a situação. O presidente Hélder Ferreira diz que há medo de que episódios destes se repitam.
«Temos um certo receio que os profissionais dos impostos sejam agredidos, isto até hoje nunca aconteceu e este vandalismo é preocupante. Agora se nós fossemos um verdadeiro orgão de policia criminal, este vandalismo seria diferente. Nós sentimo-nos, neste momento, desprotegidos», afirmou Hélder Ferreira.