PCP acusa PS de "fazer o que PSD gostaria de fazer" no Orçamento do Estado para 2024
O PCP defende que "não houve qualquer disponibilidade de maioria absoluta do PS para avançar com soluções".
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O PCP defendeu esta quarta-feira que a maioria absoluta do PS foi uma "garantia de instabilidade na vida do povo" e aprofundou as desigualdades e considerou que as alterações ao Orçamento do Estado "não o alteram um milímetro". Para a líder parlamentar Paula Santos, é "inusitado" votar este Orçamento do Estado, perante a situação política atual.
No encerramento do debate sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2024, a líder parlamentar do PCP, Paula Santos, lamentou que o PS, sozinho ou acompanhado pela direita, tenha rejeitado propostas do PCP para este Orçamento, nomeando exemplos como o fim dos benefícios fiscais para grandes grupos económicos.
"Não houve qualquer disponibilidade de maioria absoluta do PS para avançar com soluções", disse.
"As propostas que o PS aprovou não alteram um milímetro o Orçamento que deu entrada na Assembleia da República", acrescentou.
Para o PCP, o recuo no aumento do Imposto Único de Circulação (IUC) serviu para ocultar todas as outras opções de direita tomadas por PS neste Orçamento. Paula Santos acusou mesmo os socialistas de fazerem "aquilo que o PSD gostaria de fazer", deixando ainda críticas também à Iniciativa Liberal e ao Chega, que diz não quererem pôr em causa os lucros dos grandes proprietários.
Paula Santos sustentou que, apesar de se alegar que "o país está melhor" e que "os indicadores económicos são bons", isso "não tem nenhuma tradução na vida das pessoas", acrescentando que as contas certas "não colocam comida na mesa, não garantem a consulta, não asseguram o professor, nem impedem o despejo".
"Contas certas para quem?" questiona a deputada. "A maioria absoluta do PS não foi nenhuma garantia de estabilidade, mas de instabilidade para o povo português."
Paula Santos afirma ainda que o PS, quando as eleições estão "à porta", não evidencia o período da maioria absoluta, mas o "tempo da geringonça" - e sublinha que os direitos reconquistados aos portugueses, nessa altura, ao PCP se devem.
A líder da bancada comunista termina com um apelo à mudança "de políticas", em vez de "protagonistas", e à luta dos trabalhadores nas ruas.