PCP afasta possível "conflito institucional", mas critica PS por insistir no Mais Habitação
Paulo Raimundo considera que o programa do Governo socialista não "responde de imediato ao problema das pessoas".
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O secretário-geral do PCP criticou esta terça-feira a decisão do PS em insistir no programa Mais Habitação e defende que o que os portugueses precisam agora é de "respostas imediatas", afastando, contudo, um possível "conflito institucional".
"O PS faz mal em insistir no mesmo conteúdo, porque aquilo que nós precisamos é de respostas imediatas aos problemas das pessoas", afirma Paulo Raimundo, em declarações aos jornalistas na Margem Sul, depois de mais uma visita ao recinto que vai receber a festa do Avante, em setembro.
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Segundo o dirigente comunista, as medidas de médio e longo prazo para resolver os problemas na habitação são "bem-vindas e necessárias", mas insiste que o que é, de facto, urgente é responder "de imediato" às pessoas, algo que o programa dos socialistas não concretizava.
"O pacote Mais Habitação não só não respondia a nenhuma destas questões imediatas - que é necessário dar resposta -, como, mesmo em matérias que foram aquelas, infelizmente, mais discutidas, enrolaram uma corda face ao projeto inicial", conclui.
Sobre o veto do Presidente da República, Paulo Raimundo sublinha que não se pode "partir do princípio", sempre que os órgãos de soberania tomem "esta ou aquela decisão", que se "cria um conflito institucional".
"O senhor Presidente optou por vetar o documento. Não podemos partir do princípio que o Presidente da República ou os órgãos de soberania por decidirem, em determinada altura, esta ou aquela decisão, que se cria um conflito institucional. Não há nenhuma razão para partir desse princípio", reforça.
O dirigente comunista faz a mesma acusação que o PCP fez na segunda-feira e afirma que o PS protege os interesses da "banca e dos fundos mobiliários", que continuam a crescer "à custa dos esforços" dos portugueses.
"Ainda há pouco nos cruzamos com a situação de uma jovem que pagava 200 euros o mês passado e está a pagar agora 300 euros de prestação e o Mais Habitação não resolve esse problema. Resolve o problema da banca e dos fundos mobiliários, que continuam a encher à conta do nosso esforço", atira.