Marcelo sobre polémica com Galamba: "Matérias de Estado muito sensíveis são tratadas discretamente"
Marcelo Rebelo de Sousa não revela se já falou com António Costa sobre a exoneração do adjunto do ministro das Infraestruturas.
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, diz que todas as matérias de Estado "sensíveis" têm de ser "tratadas discretamente".
Em declarações aos jornalistas esta segunda-feira, à margem da inauguração da exposição "Unidos Venceremos! Protesto, Greves e Sindicatos no Marcelismo (1968-1974)", organizada pela Comissão Comemorativa 50 Anos do 25 de Abril, Marcelo Rebelo de Sousa escusou-se a avançar quando vai falar com António Costa sobre o caso da exoneração do adjunto do ministro das Infraestruturas.
Questionado se a gravidade do caso justifica que seja tratado de forma mais discreta, Marcelo Rebelo de Sousa diz que "estes casos normalmente são discretos". Isto é, clarifica, "matérias muito sensíveis de Estado são discretas, são tratadas discretamente."
"As pessoas não têm a noção, mas são dossiers que são tratados discretamente. Noutros tempos, quando havia desvalorizações ou revalorizações do escudo, era discreto. O antecedente de decisões como as respeitantes ao estado de emergência ou à renovação, eram discretas. Questões que dizem respeito a dossiers importantes económicos ou políticos e económicos, as intervenções são discretas", compara o Presidente.
"Em determinados temas particularmente sensíveis o seu tratamento não é na praça pública, não é sobre os holofotes da comunicação social. São tratados, vão sendo tratados até ao momento em que se vê que foram tratados", reforça.
Questionado pelos jornalistas, o chefe de Estado nem sequer avança quando pretende falar com o primeiro-ministro sobre o caso da exoneração de Frederico Pinheiro, adjunto do ministro das Infraestruturas, João Galamba.
"Não cabe nem a mim, nem ao senhor primeiro-ministro (...) estar a dizer dia tal, hora tais, nestas circunstâncias. As coisas sucedem, vão sucedendo, e depois verifica-se que sucederam."
Já no sábado, à margem de uma visita à Ovibeja, o Presidente da República escusou-se a comentar a polémica, alegando que a primeira pessoa com quem iria falar quando tivesse a informação completa sobre o caso seria com António Costa.