Possível acordo com Chega na Madeira não afasta Rui Rocha de Montenegro: "Não andamos com linhas vermelhas às costas"
Em entrevista à TSF, Rui Rocha reafirma que a IL "não estará com partidos extremistas" em qualquer circunstância.
Corpo do artigo
Na Madeira, a Iniciativa Liberal (IL) já avisou Miguel Albuquerque que os votos liberais não contam para viabilizar um Governo do PSD. A nível nacional, a porta está aberta a entendimentos com Luís Montenegro, e os possíveis acordos regionais dos social-democratas com o Chega de André Ventura não alteram a visão liberal.
Se a coligação que governa a Madeira, entre o PSD e o CDS, perder a maioria absoluta nas próximas regionais, Miguel Albuquerque pode ser obrigado a negociar com o Chega. A IL coloca-se à margem de "partidos extremistas", mas os entendimentos regionais não afetam possíveis acordos a nível nacional com o PSD.
Rui Rocha, em entrevista à TSF, lembra que qualquer tipo de acordo depende "das propostas concretas", e não fica inviabilizado pela postura local do PSD: nos Açores já existiu um acordo com o Chega e o próximo entendimento pode ser na Madeira.
TSF\audio\2023\07\noticias\11\x_entrevista_rui_rocha_online
"Não andamos com as nossas linhas vermelhas às costas, transportando-as de uns sítios para os outros. Um acordo nacional depende das propostas concretas. Na Madeira, não estaremos seguramente em soluções que envolvam partidos extremistas. Da mesma maneira que, a nível nacional, não estaremos com partidos extremistas", garante o presidente liberal, Rui Rocha.
Os liberais "estão muito confiantes" na eleição do primeiro deputado liberal na Madeira, numa lista que é encabeçada por Nuno Morna, mas avisam que a única política de coligações "é com os madeirenses".
"Estamos disponíveis para viabilizar medidas que tragam crescimento económico e desenvolvimento social à Madeira, mas não estaremos ao lado de medidas que impeçam a liberdade de fazer negócios e acrescentem a dependência do Governo regional, explica.
Rui Rocha nota que as críticas dos liberais ao Governo de António Costa, desde logo, "a ocupação do aparelho do Estado", têm sido "a prática do PSD na Madeira", pelo que a IL "não contribui para soluções que perpetuam" o poder de Miguel Albuquerque.
Questionado se a intransigência liberal não atira o PSD madeirense para os braços do Chega, caso perca a maioria absoluta, Rui Rocha passa a responsabilidade para Miguel Albuquerque: "Será sempre refém das suas opções políticas".