O Governo admite novas operações de retirada, "se houver necessidade".
Corpo do artigo
O avião da Força Aérea que transportou o primeiro grupo de portugueses vindos de Marrocos já chegou a Portugal. Os 102 passageiros chegaram esta manhã e foram recebidos no aeroporto de Figo Maduro pelo secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo, que fez um "balanço positivo" da operação.
"Foram 125 as pessoas que manifestaram interesse em vir para Portugal. Dessas 125, 20 não compareceram no aeroporto e três decidiram não embarcar para dar espaço a outros passageiros, ou seja, para os restantes 102 passageiros virem de forma mais confortável, o que, obviamente, enalteço. Portanto, dentro das que manifestaram interesse, todas vieram", explicou Paulo Cafôfo em declarações aos jornalistas.
Paulo Cafofo recorda que a operação foi montada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e pelo Ministério da Defesa e admite que, se for preciso, o Governo pode montar mais operações para retirar os portugueses de Marrocos.
"Se houver necessidade de retirar mais portugueses de Marrocos, obviamente que nós o faremos, vendo que meios é que serão alocados para essa retirada de cidadãos nacionais", sublinhou.
Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros adianta que os 102 portugueses (incluindo o pai e a criança que ficaram feridos na sequência do terramoto) chegaram esta madrugada, no avião da Força Aérea Portuguesa que havia seguido na noite de sábado para a cidade de Marraquexe.
A operação de retirada, "apesar das vicissitudes no terreno, decorreu de forma ordeira e pacífica", indica o ministério, realçando que continuará em "contacto com os portugueses que permanecem na região mais afetada" pelo sismo.
A diplomacia acrescenta que Portugal continua a aguardar que as autoridades de Marrocos "se manifestem para que seja operacionalizado o apoio já anunciado pelo Governo", concretamente "o envio de equipas de busca e salvamento ou de medicina legal".
A TAP também já tinha anunciado vai duplicar este domingo o número de lugares disponíveis nos voos para Marraquexe e Casablanca, em Marrocos, na sequência do sismo que abalou o país, prevendo o transporte de 616 passageiros entre os três voos agendados.
Fonte oficial da transportadora aérea nacional disse à agência Lusa que a "TAP está a reforçar a operação para Marraquexe, duplicando os lugares disponíveis para os voos de amanhã [domingo], através da mudança para aeronaves maiores".
A mesma fonte acrescentou que nos dois voos previstos, em vez do Embraer 190 e 195, os voos serão operados em dois Airbus A321, sendo que cada aparelho tem capacidade para transportar 221 pessoas, o que dá no total 442 passageiros.
Além destes dois voos, a TAP vai também reforçar o voo para Casablanca, que no domingo será operado num Airbus A320, o que vai permitir aumentar o número de passageiros de 118 para 174.
Pelo menos 2012 pessoas morreram e 2059 ficaram feridas na sequência de um forte sismo em Marrocos. O tremor de terra, cujo epicentro se registou na localidade de Ighil, 63 quilómetros a sudoeste da cidade de Marraquexe, foi sentido em Portugal e Espanha, tendo atingido uma magnitude de 7.0 na escala de Richter, segundo o Instituto Nacional de Geofísica de Marrocos.
O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) registou a magnitude do sismo em 6.8.
* Notícia atualizada às 09h56