PS, PSD e Chega sobem. IL, BE, CDU e PAN descem. Eleitores antecipam "instabilidade"
A sondagem da Aximage para TSF-JN-DN regista uma recuperação dos dois maiores partidos. Ainda sem nova liderança no PS, Pedro Nuno Santos é visto como o principal adversário de Montenegro e Ventura é referido como o principal competidor do socialista. Metade dos inquiridos consideram "negativo" que o Chega influencie a formação do próximo governo.
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Ainda sem líder definido, o PS com 32,9%, sobe 4pp. em relação ao mês passado, quando ainda não tinha ocorrido a crise política e só se esperavam eleições em 2026.
A subida do PSD para 26,7% é mais discreta (cerca de 2 pp.) e parece resultar, sobretudo, da transferência de votos da Iniciativa Liberal que desce nesta sondagem para os 5%.
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Quando se compara o voto nas legislativas de 2022 e as intenções para as próximas eleições, o PSD (82%) parece segurar melhor o voto do que o PS (74%).
O partido de Luís Montenegro tem um avanço de 10pp. junto do eleitorado mais jovem (onde aliás o Chega também soma), enquanto o PS, ainda com António Costa, mostra uma vantagem de 15pp. entre os votantes mais velhos.
Geograficamente, o PS e o PSD surgem empatados no Norte, os social-democratas levam vantagem no Centro, o PS capitaliza no resto do país.
Em terceiro, o Chega reforça a posição com 16,7%, embora mais de metade dos inquiridos (52%) considerem "negativo" que o partido de André Ventura possa vir a influenciar a formação de um futuro governo. Para cerca de 30% a hipótese é até "muito negativa", 28%, pelo contrário, "consideram positiva" essa possibilidade. Entre estes, um terço de eleitores do PSD e outro dos liberais.
Embora descendo para 6,9%, o Bloco de Esquerda mantém-se acima dos liberais (5%), sendo que, quando se analisa a transferência de voto, cerca de 20% daqueles que votaram no Bloco admitem escolher o PS.
A iniciativa Liberal está em quinto, perdendo cerca de dois pontos em relação ao mês passado. Um terço de eleitores liberais admite agora mudar para o PSD.
A CDU com 3,2% também está em perda e o mesmo acontece ao PAN (2,9%) e ao Livre (2%) que perdem gás em relação aos resultados de outubro. O CDS recolhe 1,5% de intenções de voto.
A grande maioria dos inquiridos (71 %) garante que decide o voto "muito antes da eleição," 23% escolhem "mais em cima " do dia do voto e 6% não sabe ou não responde.
Quem enfrenta quem?
Sendo certo que o PS ainda não escolheu o futuro líder, Pedro Nuno Santos é para 47% dos inquiridos o principal adversário de Montenegro na campanha, acima dos 38% que consideram que será André Ventura.
Quando se pergunta quem será o principal adversário de Pedro Nuno Santos, 44% respondem "André Ventura" e outros 40% referem "Luís Montenegro." Entre os social-democratas, 48% citam Montenegro e 40% apontam Ventura. Já entre os liberais, Ventura é o nome mais referido.
Metade dos inquiridos antecipa um governo instável (são, em especial, os eleitores do PS e os mais jovens). 38% apostam na estabilidade (votantes no PSD e mais velhos). 12% não sabem ou não respondem.
O bloco do PSD com partidos da direita ainda vale mais (49,4%) do que a soma dos partidos da esquerda, mas só com as intenções de voto do Chega, sem eles, PSD, IL e CDS somam 33,2% contra os 47,9% do outro bloco que inclui PS, BE, PCP; PAN e Livre.
FICHA TÉCNICA
Sondagem de opinião realizada pela Aximage para JN/DN/TSF. Universo: Indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal. Amostragem por quotas, obtida a partir de uma matriz cruzando sexo, idade e região. A amostra teve 802 entrevistas efetivas: 675 entrevistas online e 127 entrevistas telefónicas; 389 homens e 413 mulheres; 172 entre os 18 e os 34 anos, 199 entre os 35 e os 49 anos, 206 entre os 50 e os 64 anos e 225 para os 65 e mais anos; Norte 257, Centro 165, Sul e Ilhas 142, A. M. Lisboa 238. Técnica: aplicação online (CAWI) de um questionário estruturado a um painel de indivíduos que preenchem as quotas pré-determinadas para pessoas com 18 ou mais anos; entrevistas telefónicas (CATI) do mesmo questionário ao subuniverso utilizado pela Aximage, com preenchimento das mesmas quotas para os indivíduos com 50 e mais anos e outros. O trabalho de campo decorreu entre 18 e 23 de novembro de 2023. Taxa de resposta: 68,68%. O erro máximo de amostragem deste estudo, para um intervalo de confiança de 95%, é de +/- 3,5%. Responsabilidade do estudo: Aximage, sob a direção técnica de Ana Carla Basílio.