"Queremos um justo equilíbrio." Montenegro diz que nova série de certificados de aforro "penaliza a classe média"
"É justo que se reclame por parte das instituições bancárias a mesma postura relativamente às entregas das pessoas e das empresas", defende o líder do PSD.
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O presidente do PSD, Luís Montenegro, considerou esta segunda-feira que a suspensão da série E e o lançamento da série F dos certificados de aforro por parte do Governo "penaliza a classe média" e "contraria, mais uma vez, o interesse da maioria dos portugueses".
"Quando o Governo está a desincentivar a utilização deste instrumento está a penalizar a classe média", disse o líder social-democrata aos jornalistas, à margem da visita à Feira da Agricultura que se realiza em Santarém, reiterando que "o Governo tem tido uma postura de desrespeito pela classe média".
O Ministério das Finanças suspendeu na sexta-feira a comercialização dos certificados de aforro da série E, com juros de 3,5%, lançando esta segunda-feira a série F, com juros de 2,5%.
"Cabe ao Estado dar aos portugueses a possibilidade de poderem poupar e prevenir o seu futuro. O que aconteceu nos últimos dias contraria, mais uma vez, o interesse da maioria dos portugueses. Favorece o interesse da banca e, por ventura, do Governo, mas é preciso conciliar esses interesses, que são legítimos, com os interesses das pessoas", disse Luís Montenegro.
Ainda assim, Montenegro não quer o setor bancário fragilizado: "Nós queremos uma banca que seja competitiva e robusta. Ninguém está aqui a pedir que a banca tenha uma atividade deficitária. O que queremos é um justo equilíbrio. As taxas de juro hoje estão elevadas para as pessoas, para as famílias e para as empresas, que estão a pagar mais pelos seus empréstimos."
Assim, para o líder social-democrata, "é justo que se reclame por parte das instituições bancárias a mesma postura relativamente às entregas das pessoas e das empresas", ou seja, "que possa haver uma retribuição maior dos depósitos bancários, na esteira do que acontece por toda a Europa".
"Nós estamos, também aí, na cauda da rentabilidade dos depósitos bancários", afirma.
Sobre o setor da agricultura, Luís Montenegro acusa o Governo de "ausência": "Há um mundo rural à espera da atenção do Governo, que tem se marcado pela ausência no apoio que a agricultura merece."
"Estamos a falar de muitas pessoas, da importância de aproveitar os nossos recursos naturais, de ocuparmos o nosso território, de podermos ser mais autossustentáveis, a preservação do meio ambiente e da biodiversidade", referiu o presidente do PSD.