"Ser arguido é diferente de ser condenado." Costa "percebe bem" demissão de Miguel Alves
"Assim que foi confirmado que havia acusação disse-me que ia apresentar a demissão", revelou o primeiro-ministro.
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À entrada para a reunião da Comissão Política do Partido Socialista, António Costa reagiu à demissão do secretário de Estado, considerando que "percebe bem" a decisão, mas refere que "ser arguido é diferente de ser condenado".
"Governar tem muitas vezes tem problemas pelo caminho e têm de ser ultrapassados. Neste caso, as coisas evoluíram desta forma. Miguel Alves entendeu, e eu percebo-o bem, que passando a haver uma situação de acusação devia sair do Governo e exercer o seu direito de defesa", disse o primeiro-ministro.
E defende: "O estatuto de arguido é uma garantia de quem está a ser investigado e não um prenúncio de qualquer condenação, nem sequer acusação. O estatuto de arguido não constitui nenhuma diminuição sobre nada."
"Assim que foi confirmado que havia acusação disse-me que ia apresentar a demissão", conta o primeiro-ministro.
Questionado sobre se o Governo geriu mal a situação, António Costa diz que o trabalho do primeiro-ministro "não é fazer análise política".
"Ninguém está acima da lei. O Ministério Público tem de investigar o que tem a investigar e inquirir quem tem a inquirir, e Miguel Alves tem direito à presunção de inocência e a defender-se", afirma.
António Costa assume que Miguel Alves será substituído "oportunamente".