TAP. Deputados exigem pedido de desculpas de Brilhante Dias e suspeitam de "manobra de diversão"
PSD, Chega, IL e BE criticaram, esta tarde, as acusações feitas, na passada sexta-feira, pelo líder da bancada do PS que acusou "conjunto de deputados e equipas de assessoria" do "crime grave" de revelar informação confidencial.
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Exigência de pedidos de desculpa e retratação pública marcaram o final dos trabalhos da manhã da comissão parlamentar de inquérito (CPI) à gestão da TAP.
O PSD, pela voz de Paulo Moniz, exortou o presidente da CPI a pedir desculpas pelas afirmações feitas na semana passada, quando considerou que teria havido "um ataque ao coração da democracia" através da divulgação de informação confidencial.
"Tem de pedir desculpa à comissão por ter feito precipitadamente recair uma suspeição na comissão sem a devida cautela, ponderação e reflexão que uma matéria desta gravidade exige," considerou o deputado do PSD.
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O social-democrata exigiu ainda que Jorge Seguro Sanches, em nome da CPI, exigisse uma retratação a Eurico Brilhante Dias que, na última sexta-feira, considerou que "aquilo que aconteceu na comissão parlamentar de inquérito configura um crime, provavelmente praticado por membros de um órgão de soberania, e isso para nós, é particularmente grave".
Na mesma linha, Filipe Melo do Chega defendeu que a CPI "tem de repudiar publicamente as infelizes declarações do líder da bancada do PS".
"O principal princípio de atuação entre pares foi desrespeitado por Eurico Brilhante Dias, com afirmações caluniosas que o Chega não tolera e não aceita," sublinhou o deputado do Chega desafiando os deputados e outros elementos da CPI a subscreverem um comunicado público de repúdio às declarações do líder parlamentar do PS.
Bernardo Blanco, da Iniciativa Liberal, lembrou que parte da informação revelada "não pode ter vindo da CPI, que nem tem aquela documentação" e levantou a suspeita de que a conferência de imprensa de Brilhante Dias pudesse ter sido uma "manobra de diversão" face aos acontecimentos que foram, entretanto, conhecidos sobre as polémicas à volta do despedimento do adjunto do ministro João Galamba.
A mesma suspeita foi trazida a debate por Pedro Filipe Soares do Bloco de Esquerda, muito crítico de quem tentou "atirar lama e não fazer esclarecimentos e criar suspeitas sobre os deputados e sobre a instituição parlamento."
"Foi uma tática política para enlamear nome da CPI e para desviar atenções," criticou o deputado bloquista.
Em resposta às críticas, o presidente da comissão parlamentar de inquérito à gestão da TAP lembrou, que, na semana passada, foi apoiado por vários partidos e que "o que se passa fora da comissão deve continuar fora da comissão".
"Temos de estar todos preparados para sermos imunes às pressões externas, o objetivo é chegar ao fim e ter um relatório que nos orgulhe a todos. Se comentássemos tudo deixávamos de ter planeamento dos trabalhos, que já é difícil, e respondíamos só ao que se passa fora da Assembleia da República. Peço foco no nosso trabalho", apelou Seguro Sanches.
No mesmo tom, Bruno Aragão reafirmou que "o que se passa para lá da CPI tem o seu espaço próprio. Temos de continuar focados no trabalho".