"Uma vergonha." Montenegro defende que há "omissões intoleráveis" no relatório da CPI à TAP
O líder do PSD considera que o trabalho dos deputados foi desvalorizado.
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O líder do PSD, Luís Montenegro, considera que há "omissões intoleráveis" no relatório preliminar da comissão parlamentar de inquérito à gestão da TAP que são uma "vergonha" democrática.
"A situação é da máxima gravidade. Este relatório é tendencioso, de fação, que quer branquear toda a atividade dos membros do Governo do PS naquele que é o objeto de apreciação dos trabalhos da comissão parlamentar de inquérito. Não deixo de registar que a maior preocupação que as conclusões do relatório evidenciam é fazer um comentário histórico sobre o processo de privatização de 2015. Isso é da máxima gravidade porque é uma desvalorização do escrutínio do apuramento de responsabilidades dos atos da administração e do Governo", defendeu Montenegro.
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Ainda em reação ao documento apresentado esta quarta-feira, o social-democrata sublinha que o trabalho dos deputados foi desvalorizado e que há uma grande disparidade entre o que aconteceu e o que vem escrito no relatório.
"As deputadas e deputados da comissão ainda têm tempo de corrigir, mas perante esta posição de força do Partido Socialista já percebemos que isto não tem remédio. Tem do ponto de vista teórico, do ponto de vista prático não vale a pena contar. Há uma grande disparidade entre aquilo que aconteceu na comissão parlamentar de inquérito e o relatório. O que conta foi o que se disse, o que não se disse, as mentiras evidenciadas e os documentos enviados para a comissão de inquérito. Isso é o que conta. As conclusões são estritamente socialistas e não têm valor nenhum, são uma vergonha", afirmou o líder do PSD.
O social-democrata não tem dúvidas de que este relatório é um "branqueamento político completo", para proteger o PS e o Governo.
"Os deputados na comissão parlamentar de inquérito vão fazer o seu trabalho, não me vou imiscuir nisso. O que quero assinalar é que esta é uma tentativa consumada porque não vejo espaço para ultrapassar esta pré-disposição do PS de um total branqueamento da responsabilidade política. Está tudo contagiado, há um contágio do PS na forma descontraída como o primeiro-ministro trata assuntos graves e sérios", acrescentou.
Os partidos podem apresentar até 10 de julho propostas de alteração a esta versão preliminar. A discussão e votação do relatório em comissão parlamentar de inquérito está marcada para 13 de julho e a sua apreciação em plenário para 19 de julho.
Esta comissão de inquérito, que iniciou os trabalhos em fevereiro, foi proposta pelo Bloco de Esquerda, no seguimento da polémica indemnização de meio milhão de euros paga a Alexandra Reis - que a seguir passou pela NAV e foi secretária de Estado do Tesouro - para a sua saída da TAP.