PCP rejeita conclusões de relatório que apenas "tenta justificar privatização da TAP"
O deputado Bruno Dias aponta críticas em relação à forma como o relatório dispensa consequências relativamente a vários incumprimentos.
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O deputado do PCP Bruno Dias vê a proposta de relatório da comissão de inquérito como um texto que tenta "justificar a privatização da TAP", ignorando o impacto e as consequências que a privatização teve em processos que se seguiram.
"A comissão de inquérito mostrou que a TAP foi comprada em 2015 usando o próprio dinheiro da TAP, mas quem recebeu os 226 milhões e meio da airbus foi David Neeleman. Este facto tem implicações gigantescas. A proposta de relatório ignora que o ministro Pedro Marques reconheceu isso mesmo. Este exemplo é ilustrativo da falta de transparência destes processos escondidos do povo português e de qualquer tipo de controlo democrático", defendeu Bruno Dias.
O comunista aponta também críticas em relação à forma como o relatório dispensa consequências relativamente a vários incumprimentos, como foi o caso do cumprimento do estatuto do gestor público.
"Não houve, por exemplo, contratos de gestão. Não se cumpre a lei, não se passa nada. As indemnizações e contratos milionários, esta gestão em impunidade, privilégio intocável de administradores de empresas privadas vem demonstrar que o que tem faltado na TAP é uma gestão pública rigorosa. Ao afastar-se dessa matéria, este relatório vem justificar e defender a privatização da TAP", acrescentou o deputado do PCP.
Os partidos podem apresentar até 10 de julho propostas de alteração a esta versão preliminar. A discussão e votação do relatório em comissão parlamentar de inquérito está marcada para 13 de julho e a sua apreciação em plenário para 19 de julho.