Venda da Efacec? Costa Silva pede "sentido de Estado" e avisa que revelar números pode "contaminar" negócio
O ministro da Economia recusou responder às perguntas dos deputados sobre os valores do negócio.
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António Costa Silva foi obrigado a explicar, no Parlamento, os contornos do negócio da venda da Efacec, mas, no final, os deputados ficaram com uma mão cheia de nada. Os números da venda ao fundo alemão Mutares continuam por revelar, dado que o processo negocial ainda não está concluído, e "quaisquer números que se revelem podem contaminar" o negócio.
O aviso surgiu pela voz do ministro da Economia, que recusou lançar números para cima da mesa, apesar da insistência da oposição. António Costa Silva deixou até um apelo aos deputados para que "tenham sentido de Estado".
"Quaisquer números que se revelem num processo desta delicadeza, podem contaminar o processo, que está encaminhado", garantiu, lembrando que o negócio está dependente da luz verde de Bruxelas.
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E, de seguida, o apelo do ministro, que subiu o tom para responder aos deputados: "Tenham sentido de Estado e não ponham em causa este negócio, não façam descarrilar o processo."
O PSD obrigou o Governo a apresentar-se no Parlamento para explicar os contornos do negócio para a venda da Efacec que, de acordo com o ministro da Economia, estará concluído dentro de dois meses. Ao que tudo indica, a Efacec será vendida ao fundo alemão Mutares.
No entanto, insatisfeito com as palavras do ministro, o social-democrata Paulo Rios de Oliveira pediu mais esclarecimentos: "O que digo aos trabalhadores da Efacec e aos portugueses? Afinal quanto é que está em jogo?".
E acrescentou: "É poucochinho?", numa alusão às palavras de António Costa sobre a vitória do PS nas europeias, ainda no tempo de António José Seguro. No entanto, a questão do deputado ficou sem resposta do ministro Costa Silva.
O PSD marcou o debate de urgência, tendo em conta que, depois da conferência de imprensa com o ministro da Economia e com o secretário de Estado das Finanças, o Governo deixou os portugueses com "uma mão cheia de nada", lamentando que o Executivo esteja há três a tentar concretizar a venda.