A TSF ouviu comerciantes e consumidores a propósito da criação de um imposto sobre bebidas açucaradas. Uma possibilidade já admitida pelo secretário de Estado, Fernando Araújo.
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Atrás do balcão, a dona de uma confeitaria perto do Bolhão, no Porto avisa para as consequências de um imposto sobre as bebidas açucaradas. Os clientes já são poucos e serão ainda menos; "se as pessoas não ganham como é que vão gastar. Vendemos cada vez mais barato, aos preços de há 8 anos e nem assim há procura".
Também preocupado está Joaquim Pereira que trabalha num café. Diz que um novo imposto não mudará hábitos e terá consequências negativas para a economia. Está convencido que essa estratégia acabará por "destruir empregos".
Sentada, à espera do autocarro, a dona Joaquina admite os benefícios da medida para a saúde pública mas não quer pagar mais pelos refrigerantes; "se ficam mais caros já é pior".
Outro consumidor, Bruno Nogueira admite que é preciso fazer alguma coisa para combater, por exemplo, a obesidade infantil em Portugal. "Temos uma taxa absurda em comparação com a média europeia".
Uma defensora convicta do imposto sobre bebidas açucaradas, a Daniela acredita que a medida terá resultados positivos na saúde pública. "O excesso de açúcar prejudica a saúde e sobretudo para as crianças é muito mau".
O combate às bebidas açucaradas através de um novo imposto tem adeptos entre os consumidores ouvidos pela TSF. Os comerciantes mostram-se preocupados com os efeitos económicos da medida.
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