O ministro da saúde do Uganda já afirmou que não há registo do vírus Zika no país, procurando assim separar o mosquito da floresta onde o vírus foi identificado há praticamente 70 anos.
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A reportagem da Agencia France Press foi até Zika falar com quem vive perto da floresta e onde Zika significa luxuriante no dialeto local e não tira o sono a ninguém.
Menos de um quilómetro quadrado de extensão, mas uma enorme biodiversidade. Grandes e variados tipos de árvores, vegetação rasteira, pântanos, 135 variedades de plantas, mais de 60 espécies de traças, mais de 40 tipos de mosquitos, uma infindável quantidade de aves diferentes.
Por todos estes motivos, a floresta Zika é considerada um verdadeiro santuário para os cientistas, os entusiastas dos safaris, e os observadores de aves. Entre eles, Jimmy Carter, o antigo presidente dos Estados Unidos, talvez o mais ilustre visitante.
Foi lá que, em 1947, foi descoberto o vírus que agora preocupa o mundo. Foi lá que foi erguida, com dinheiro da Organização Mundial de Saúde, uma torre metálica com quase 40 metros de altura. Uma espécie de laboratório de investigação ecológica e comportamental, que também serve de plataforma para observar aves e outro tipo de animais.
Zika é também usada como "escapadinha" para muitos ugandeses que vivem nas redondezas. A pequena floresta fica a pouco mais de 20 quilómetros da capital, Kampala.
À reportagem da France Presse, um antigo guarda-florestal confessou que só descobriu o vírus há duas semanas. Gerald Musika viveu ali durante vários anos. Uma vizinha de Zika também não sabia. Tem 24 anos, vive perto, só soube do vírus através do Facebook e não perde o sono com isso.
A OMS já avisou que o vírus está a propagar-se de forma "explosiva" sobretudo na América do Sul. Os dados da OMS apontam para três a quatro milhões de casos.
A Organização Mundial de Saúde convocou uma reunião de emergência para segunda-feira em Genebra.