AG portista adiada. Nuno Lobo concorda e não "compreende necessidade da alteração de estatutos"
Nuno Lobo confessa, à TSF, considerar que "era um muito curto espaço de tempo" para a realização de uma nova reunião "depois das atrocidades que se passaram no dia 13".
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O candidato à presidência do FC Porto Nuno Lobo congratulou-se esta quarta-feira com o adiamento da Assembleia Geral (AG) do FC Porto, após as agressões, afirmando que não compreendeu "de início a necessidade desta alteração de estatutos, ainda para mais com os pontos que estavam em discussão e, por isso, talvez a adesão enorme e massiva dos adeptos".
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Depois dos confrontos do início da semana, a AG Extraordinária do FC Porto, remarcada para a próxima semana, está em risco de não acontecer, apurou a TSF. Isto porque a revisão estatutária que iria ser votada nessa reunião pode cair.
A possibilidade de o documento ser retirado da apreciação dos sócios portistas e os atuais estatutos se manterem até que o contexto portista seja mais favorável está a ser considerado. Para que fosse aprovada a alteração estatutária, a proposta teria de ter a aprovação de 75% dos sócios.
Nuno Lobo considera que "era um muito curto espaço de tempo" a realização de uma nova reunião "depois das atrocidades que se passaram no dia 13".
"Acho que este tempo devia ser para uma pessoa pensar e repensar naquilo que se fez, infelizmente, na noite de 13 de novembro", aponta.
Desse modo, os atuais estatutos podem manter-se até que o contexto no universo portista seja mais favorável à discussão do documento.
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O também candidato nas últimas eleições à presidência dos dragões sublinha que este cenário não aconteceu no sufrágio de 2020, defendendo que é necessário "haver a base do respeito", independentemente de haver divergências de opiniões. Nuno Lobo confessa, por isso, esperar que haja no futuro um clima mais calmo para discutir a alteração de estatutos e apela ao respeito dentro do clube.
"Eu posso não concordar - como não concordei e não concordo -, com muitas das posições tomadas por esta direção do FC Porto, relativamente a vários assuntos, mas não é por isso que eu e a minha lista e as pessoas que estão comigo vamos usar como arma de arremesso a violência. Não tem cabimento nenhum", garante.
O sócio do FC Porto define "a palavra" como a sua "arma" de eleição, acrescentando que o que na AG "não houve isso".
"Foi à lei da força, do uso da violência", lamenta.
A revisão de estatutos em causa, elaborada pelo Conselho Superior (órgão consultivo do clube), prevê que as eleições do FC Porto, que normalmente ocorrem em abril, pudessem passar a acontecer até junho. Além disso, exigia aos sócios dois anos de ininterruptos de filiação sénior ou dois anos ininterruptos intercalados, um na categoria sénior e outro na categoria júnior, para poderem votar, ou seja, nenhum jovem de 18 anos poderia votar nas eleições.
Contra esta revisão dos estatutos insurgiu-se o presidente do clube, Pinto da Costa, que na Assembleia Geral de segunda-feira afirmou ser contra o ponto que impedia os jovens de 18 anos de votar e assumiu ter um compromisso com o presidente da Mesa da Assembleia Geral, José Lourenço Pinto, para que as eleições do próximo ano acontecessem em abril, mesmo podendo realizar-se até junho.