Bruno de Carvalho não pensa regressar em breve, mas mantém "exército" de apoio
Ex-líder leonino apelou à leitura do seu livro - que tem personagens como "o Octávio", o "Jesus" em que já não acredita ou Jorge Mendes, que interrompe períodos de relaxamento do jacuzzi. Na apresentação desta obra, uma coisa ficou clara: os apoiantes de Bruno de Carvalho continuam a apoiá-lo e chegam a apelidar-se de "exército".
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Foi perante uma sala bem cheia que Bruno de Carvalho falou - ao lado do coautor Luís Aguilar - acerca do seu novo livro "Sem Filtro - Histórias da Minha Presidência". O ex-presidente leonino agradeceu a todos os que marcaram presença: "Não tenho dúvida nenhuma de que isto mostra que foi um projeto bem-sucedido, traz-me algumas saudades. Obrigado a todos vocês."
O agradecimento - que foi também um pedido de desculpas - à família não ficou esquecido: "desculpem por estes cinco anos e meio." Novos aplausos e gritos de apoio a Bruno de Carvalho, alguns deles pedindo mesmo o regresso à presidência leonina. O antigo líder leonino tentava manter um diálogo particular com a sua família, mas o apoio de quem ali tinha ido para manifestar o apoio à figura Bruno de Carvalho falava mais alto: "O teu exército está aqui", chegou a ouvir-se.
O agradecimento aos media
"É uma leitura indispensável para todos aqueles que querem conhecer os bastidores, não só do Sporting mas também do futebol", explicou Bruno de Carvalho sobre o livro.
"Trabalhámos muito bem em conjunto, foi uma aposta vencida. Conseguimos um livro isento, frontal, direto, como sempre fui habituando as pessoas. Quero também agradecer - e isto é dar relevância a este livro - os cinco anos de puro prazer que tive com todos vocês. E quero também agradecer à comunicação social presente neste evento." Foi neste momento que se ouviram os primeiros apupos, assobios e reclamações da audiência que depressa fez questão de mostrar que a relação com os media está longe de ser pacífica. Quem acabou por apaziguar a situação foi o próprio Bruno de Carvalho: "hoje é um dia de festa", lembrou.
"A verdade é que a comunicação social está a ter interesse pelo livro, está a divulgar o livro. Isso é bom, quer para nós todos, quer para o futebol português, quer para o futebol mundial." Estava esclarecido o agradecimento feito à comunicação social, embora este continuasse a ser contestado.
Um livro contestado e a contestação aos personagens
"Vocês não podem imaginar o quão bom é ver esta sala cheia, depois destes últimos meses que passei." Bruno de Carvalho recordou os cinco anos e meio que passou no comando do Sporting, denunciando pressões "que não imaginam" para que o momento da apresentação deste livro chegasse. "É polémico, volta a mexer com interesses", mas só "assim poderia ser um livro e um documento útil."
Segundo o próprio, este livro contém "90% de histórias" que nunca tinha contado e surge de uma promessa feita quando saiu do Sporting, de que contaria toda a realidade do clube. A data de publicação estaria escolhida desde novembro, pela editora, e Bruno de Carvalho fez questão de sublinhar que não se está a aproveitar do mau momento da equipa.
"Foi feita uma escolha pelos sportinguistas, neste momento há outro presidente." Seguiu-se nova assobiadela, mas os apoiantes ouviram de seguida algo que não quereriam: "A curto e médio prazo não penso, de facto, voltar ao Sporting. Mas aprendi que a longo prazo não se deve dizer nunca."
No livro "há personagens com o Octávio", - para a qual não quis reservar "muitas palavras" -, há "Jesus" - não aquele em que continua a ser crente, mas sim aquele perante o qual é completamente "descrente" -, há "o Vieira, Jorge Mendes, tantas e tantas pessoas." Aliás, Jorge Mendes obrigou Bruno de Carvalho "a tirar o pé quatro vezes de dentro de um jacuzzi" só para dizer que "não tinha propostas pelo Rui Patrício."
O enredo envolve "contratações, extravagantes exigências por parte dos jogadores, traições, chantagens, negociações duras, do triste episódio da Academia", que classificou de crime de brutal violência que deve ser erradicada do futebol. "Alcochete, Guimarães, imediações do estádio da Luz, jogos da formação onde se vê pais à luta" são apenas alguns dos exemplos que apontou, reiterando o desejo de que os atos violentos desapareçam do futebol, seja por meio do fair-play, seja por meio de leis.
"Vamos apoiar o nosso Sporting", apelou Bruno de Carvalho, pedindo união em torno do clube. "Sinto a revolta em alguns de vocês, mas temos que fazer de tudo para ajudar o Sporting a ultrapassar este péssimo momento."
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