Gyökeres pode custar 26 milhões de euros e Hjulmand 21: os valores de todos os negócios do Sporting
O avançado sueco custou 20 milhões de euros num negócio que também inclui o pagamento de 2,2 em comissões e mais quatro mediante objetivos. O de Hjulmand fez-se por 18 milhões e a comissão não chega a ser de 400 mil euros, mas há três milhões negociados em objetivos.
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O Sporting detalhou esta quarta-feira à Comissão de Mercado dos Valores Mobiliários (CMVM) os negócios feitos no mercado de transferências deste verão, com destaque para as compras de Gyökeres - cujo negócio pode chegar aos 26 milhões de euros - e Hjulmand e as vendas de Ugarte e Porro, bem como vários empréstimos.
No documento enviado ao regulador, os leões revelam que Viktor Gyökeres custou 20 milhões de euros, mas pode chegar aos 24 mediante objetivos. Além disso, os leões pagaram 2,2 milhões de euros em comissões - dois milhões à HCM Sports Management FZE e 200 mil euros à A+ Management Lda -, garantindo 100% do passe do sueco.
Assim, o negócio pelo jogador que tem uma cláusula de rescisão de cem milhões de euros já custou aos Sporting 22,2 milhões de euros, podendo chegar pelo menos aos 26. Por outro lado, o Coventry fica com 15% de mais-valia futura, podendo esta ser reduzida "até 10% por opção da Sporting SAD ou em função da concretização parcial de objetivos individuais e coletivos".
Outro nórdico chegado neste verão a Alvalade é o dinamarquês Morten Hjulmand, que foi comprado aos italianos do Lecce por 18 milhões de euros e pode custar outros três mediante objetivos. O Sporting pagou 370 mil euros de comissão de manutenção à empresa Boutique Transfers and Management e detém agora 100% do passe do jogador, que tem uma cláusula de rescisão fixada em 80 milhões de euros.
O terceiro reforço mais caro do defeso foi Ivan Fresneda, contratado aos espanhóis do Real Valladolid por nove milhões de euros, sendo que o negócio inclui mais dois milhões dependentes de objetivos. Além disso, foram pagos 750 mil euros de comissão à Lion Sports LTD e 140 mil euros de comissão de manutenção à Intermediation Most Valuable Players and Partners SL. Os leões detêm a totalidade do passe do jogador, que tem uma cláusula de rescisão de 80 milhões de euros, e o Real Valladolid terá direito a "10% de uma mais-valia futura após deduzir comissão e mecanismo de solidariedade".
A estes juntam-se pagamentos por Francisco Trincão, que custou mais sete milhões ao Sporting e 314 mil euros de comissão de manutenção paga à Gestifute. O Sporting tem 100% do passe do português, mas o FC Barcelona tem "50% de uma futura venda após deduzir a comissão e o mecanismo de solidariedade".
Pedro Gonçalves também ainda entra nas contas dos leões, custando mais 7,7 milhões de euros aos cofres de Alvalade pela compra de "40% da futura venda" a que o Famalicão tinha direito, "reduzindo para 10% o passivo" devido aos minhotos.
Sobram três negócios. Um ainda inclui um pagamento, também ao Famalicão, de dois milhões de euros por Manuel Ugarte para comprar "10% da futura venda" a que os minhotos tinham direito e reduzindo para "20% o passivo contingente" face ao clube.
Noutro surge Nuno Santos, que custou mais 400 mil euros ao Sporting com o objetivo de comprar os 20% da futura venda que seriam devidos ao Rio Ave. Mas há um pormenor: se o jogador for vendido pelo Sporting até ao final de janeiro de 2024, os vilacondenses ainda têm direito a receber 10%.
O último é o jovem Diogo Cardoso, de 19 anos, contratado a custo zero à Académica de Coimbra num negócio que pode chegar aos 100 mil euros mediante objetivos. O Sporting pagou ainda sete mil euros de comissão à empresa Foot United e detém 100% do passe do jogador que tem uma cláusula de rescisão de 80 milhões de euros.
Contas feitas, o Sporting gastou 64,1 milhões de euros só no ato de compra de jogadores neste verão e tem 9,1 milhões de euros negociados em objetivos adicionais. Pagou 2,757 milhões de euros em comissões e outros 1,24 milhões em comissões de manutenção.
Há ainda quatro empréstimos a apontar, dois deles sem quaisquer custos, um pago e outro meramente mediado.
Tiago Parente foi emprestado sem custos pelo Estoril e Ewandro Santos pelo Alverca, enquanto a cedência temporária de Pedro Bondo custou 75 mil euros ao Sporting, podendo custar mais cem mil mediante objetivos, e teve uma comissão de dez mil euros pagos à Sports Bahia LTD.
Mauro Couto foi emprestado ao Sporting pelo Paços de Ferreira num negócio em que a MRP Positionumber FZE consegue três mil euros de comissão.
O Sporting tem opção de compra sobre os quatro jogadores.
Verão rendeu pelo menos 134 milhões de euros
Nas vendas, os destaques são as saídas de Manuel Ugarte para o PSG e a de Pedro Porro para o Tottenham. O primeiro rendeu 60 milhões de euros ao Sporting, tenho 4,6 destes revertido para a Gestifute em forma de comissão.
Já o negócio do segundo é mais complexo, já que o Tottenham pagou 45 milhões de euros por Porro, mas em duas partes: a primeira, de cinco, diz respeito ao empréstimo do jogador até ao final de junho e a segunda, de 40, corresponde à opção de compra acionada pelos londrinos. Há ainda 2,8 milhões de euros de comissão pagos à CAA Base Limited. Os Spurs cederam ainda ao Sporting 15% do passe de Marcus Edwards.
O terceiro maior negócio do verão sportinguista foi a venda de Youssef Chermiti por 12,5 milhões de euros que podem chegar a 15 mediante objetivos. O Sporting mantém ainda "12,5% de uma mais-valia futura, bem como o direito de preferência", e a empresa Pomazo Management Lda recebeu 1,2 milhões de euros de comissão.
Tiago Tomás rendeu aos cofres de Alvalade 8,8 milhões de euros no imediato e o negócio com o Wolfsburg inclui ainda mais 1,5 milhões mediante objetivos. O Sporting mantém 15% de uma mais-valia futura e a empresa Proeleven SA recebeu 800 mil euros de comissão.
Para os suíços do Basileia seguiu Renato Veiga, vendido por 4,6 milhões de euros. O negócio mantém 10% de uma mais-valia futura nas mãos do Sporting e rendeu 420 mil euros de comissão à Mondovictory Sports Management Lda.
Arthur Gomes, extremo brasileiro, foi vendido ao Cruzeiro por três milhões de euros, tendo a empresa N&N Consultoria Esportiva e Empresarial LTDA recebido 200 mil euros de comissão.
O último negócio a fazer entrar dinheiro em Alvalade foi o de Martim Marques, por quem o Lugano pagou 300 mil euros. O Sporting diz manter uma "percentagem de futura venda que varia de acordo com o valor dessa transação", mas não especifica nem revela valores.
Gilberto Batista, Idrissa Doumbia, Joelson Fernandes, Francisco Félix, José Marsà e Domingos Andrade saíram todos a custo zero, mas o Sporting mantém 50% de uma futura venda de todos os atletas e direito de preferência sobre todos à exceção dos dois primeiros. No caso de Marsà, o FC Andorra pode diminuir a percentagem devida ao Sporting por uma futura venda "mediante pagamento contratualizado".
Quanto a empréstimos, há dois nacionais: Samuel Justo e Mateus Fernandes, sem quaisquer contrapartidas. Já nos internacionais, a história é outra: o Hull City tem opção de compra sobre Rúben Vinagre, o Al-Markhiya sobre Rochinha, o Olympiacos sobre Sotiris, a Salernitana sobre Jovane Cabral, o Copenhaga sobre Tanlongo e o Cercle Brugge sobre Nazinho.
Além destes, surge também no documento o empréstimo de Fatawu ao Leicester, que rendeu 750 mil euros ao Sporting e sete mil de comissão à Pintex Limited. Os ingleses têm opção de compra "que se pode tornar obrigatória mediante objetivos definidos".
As contas revelam que o Sporting faturou 134,45 milhões de euros neste verão só com vendas de jogadores, tendo ainda mais quatro milhões de euros negociados em objetivos. Foram pagos 10,09 milhões de euros em comissões.