A ministra das Finanças reconheceu ontem, em entrevista à SIC, que as medidas inscritas no orçamento do Estado para 2014 são «duras» mas defendeu que não há um acréscimo de cortes.
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Maria Luís Albuquerque rejeitou que o Orçamento do Estado (OE) para 2014 represente «cortes sobre cortes», afirmando que as medidas previstas no documento vêm substituir outras em vigor.
Nesta entrevista à SIC, a ministra deu como exemplo as reduções de salários dos funcionários públicos, dizendo que o corte não é cumulativo com aquele que vigora desde 2011. No entanto, não referiu o impacto das alterações introduzidas pelo Governo em relação à dimensão do corte ou ao número de trabalhadores abrangidos.
Maria Luís Albuquerque defendeu que o OE é «equilibrado» e «equitativo», embora os sacrifícios exigidos sejam ainda grandes para cumprir com sucesso o programa de ajuda financeira.
«Não é intenção do Governo torturar os portugueses», garantiu a ministra, sublinhando que os cortes são temporários e que o objetivo é repor os salários o quanto possível.
«Nós reporemos os salários tão cedo quanto possível e reporemos as pensões tão cedo quanto possível, mas atendendo a que o país está numa circunstância muito difícil e que a recuperação será ainda lenta, não podemos comprometer-nos a fazê-lo já no próximo ano», afirmou.
Confrontada com eventuais chumbos do Tribunal Constitucional, a ministra admitiu que o Governo não tem um "plano B" para esse cenário.
Questionada sobre as dificuldades dos cidadãos, Maria Luís Albuquerque confessou que, no seu orçamento familiar, também tem «pouca margem para poupar».
Veja a entrevista na íntegra aqui.