O Governo chinês apelou hoje às Coreias e aos Estados Unidos que se esforcem em conjunto para reduzir as tensões na península coreana.
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«Apelamos às partes envolvidas para fazerem esforços conjuntos para conter a situação», afirmou o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hong Lei, durante um encontro regular com a imprensa.
«A paz e a estabilidade na península coreana são do interesse comum», adiantou Hong.
A China é o único aliado da Coreia do Norte e o principal parceiro comercial, que fornece nomeadamente recursos energéticos indispensáveis para a economia de Pyongyang. Mas Pequim votou no Conselho de Segurança a favor do reforço das sanções contra a Coreia do Norte depois do terceiro teste nuclear de Pyongyang, no mês passado.
A tensão na península coreana aumentou nos últimos dias. O líder norte-coreano, Kim Jong-Un, ordenou hoje a preparação para a realização de ataques com mísseis estratégicos contra o território continental dos Estados Unidos e as bases no Pacífico e na Coreia do Sul.
A ordem, emitida numa reunião de emergência com os principais chefes militares, foi uma resposta direta ao uso de bombardeiros furtivos B-2 norte-americanos com capacidade nuclear nas manobras conjuntas, em curso, dos Estados Unidos com a Coreia do Sul.
Perante a possibilidade de uma «provocação irrefletida» dos EUA, as forças norte-coreanas «deve atacar sem piedade o continente norte-americano (...), as bases militares no Pacífico, incluindo Havai e Guam, e na Coreia do Sul», disse Kim Jong-Un, citado pela agência noticiosa oficial norte-coreana KCNA.
Com a tensão a aumentar na península coreana, dois B-2 norte-americanos fizeram voos de treino na quinta-feira sobre a Coreia do Sul para sublinhar o compromisso dos EUA na aliança militar com Seul, na eventualidade de uma agressão por parte do Norte.
Kim Jong-Un afirmou que os voos dos bombardeiros furtivos foram mais do que uma simples demonstração de força e correspondem a um «ultimato dos EUA de que vão começar uma guerra nuclear a todo custo».