Vinte e um jovens manifestantes detidos no passado sábado em Luanda, na sequência de tumultos com a polícia, vão esta terça-feira a julgamento na capital angolana.
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O segundo comandante da Polícia Nacional, comissário-chefe Paulo de Almeida, disse à Lusa que o julgamento terá lugar no Tribunal de Polícia e explicou que os jovens foram detidos por desordem pública, que culminou no ferimento de algumas pessoas, incluindo agentes policiais.
Em comunicado, emitido no dia da manifestação, a polícia indicava que três oficiais e um agente, juntamente com três cidadãos, tinham sido feridos por elementos não identificados, perto do Largo da Sagrada Família, em Luanda.
Em declarações à Lusa, um dos advogados de defesa dos detidos manifestou a sua desconfiança pelo facto de «o comunicado da própria polícia» mostrar que «a polícia deve estar a tentar procurar factos para incriminar os jovens».
Os detidos agora submetidos a julgamento fazem parte de um grupo de jovens que no sábado realizou uma manifestação contra o presidente angolano, José Eduardo dos Santos, e que resultou na detenção e ferimento de alguns dos participantes, bem como na agressão a alguns jornalistas que faziam a cobertura do protesto.
Segundo a polícia, foram detidas 24 pessoas, enquanto fontes próximas dos manifestantes mencionam 50, com o paradeiro de alguns desconhecido até segunda-feira, facto lamentado por David Mendes.