Projétil terá atingido Przewodów, uma aldeia polaca perto da fronteira com a Ucrânia. Fonte de Bruxelas, contactada pela TSF, diz que o executivo europeu está a aguardar informações das autoridades polacas.
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Um alto funcionário dos serviços secretos norte-americanos afirmou que mísseis russos terão atingido a Polónia, país membro da NATO, esta terça-feira, matando duas pessoas, avança a Associated Press. Piotr Mueller, porta-voz do governo polaco, não confirmou a informação, mas afirmou que os principais líderes estão numa reunião de emergência devido a uma "situação de crise". Fonte de Bruxelas, contactada pela TSF, diz que o executivo europeu está a aguardar informações das autoridades polacas.
"O Primeiro-Ministro @MorawieckiM convocou de emergência a Comissão do Conselho de Ministros para os Assuntos de Segurança e Defesa Nacional", pode ler-se no tweet de Piotr Mueller.
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Em reação, o ministério da Defesa da Rússia nega qualquer ataque à Polónia e vê os relatos de que os mísseis russos atingiram o país da NATO como "provocações."
Os órgãos de comunicação polacos relataram que duas pessoas morreram esta tarde depois de um projétil ter atingido Przewodów, uma aldeia polaca perto da fronteira com a Ucrânia.
O Pentágono disse que ainda precisa de corroborar os relatos de mísseis que terão caído na Polónia e reiterou a intenção de defender "cada centímetro" de território aliado. O porta-voz do Pentágono, John Kirby, afirmou que o Departamento de Defesa ainda está a analisar os dados que chegam, não querendo entrar em especulações sobre o que realmente aconteceu.
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"Quando se trata dos nossos compromissos de segurança e do artigo 5.º, queremos deixar claro que defenderemos cada centímetro do território da NATO", assegurou.
Na Hungria, o Conselho de Segurança reúne-se também esta terça-feira à noite. O ministro da Defesa confirmou mesmo que falou com Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO, antes de convocar o encontro. Os temas em discussão serão a queda de mísseis na Polónia e o encerramento de um oleoduto entre a Ucrânia e a Hungria.
Do lado português, António Costa sublinhou que é preciso apurar o que aconteceu.
"Seja qual seja a origem do míssil e caia onde caia é sempre um motivo de grande preocupação. Os mísseis que caem na Ucrânia não ferem e matam menos pessoas", afirmou o primeiro-ministro.
João Gomes Cravinho, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, classificou como uma "irresponsabilidade por parte do Presidente Putin, por parte das autoridades russas" as informações sobre a queda em território polaco de mísseis russos.
"Se se confirmarem estas notícias, eu não tenho ainda conhecimento, confirmação, mas se se confirmarem, representam mais uma irresponsabilidade por parte do Presidente Putin, por parte das autoridades russas e que, naturalmente, não ficará sem a devida resposta", disse à agência Lusa o chefe da diplomacia portuguesa.
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O ministro português considera que "a solução atual para se inverter e reverter a escalada é a retirada das forças russas dos territórios ocupados desde 24 de fevereiro".
"Portanto, esperamos que a Rússia faça isso de forma voluntária porque já percebemos que no terreno começa a haver condições para a Ucrânia obrigar a Rússia a fazer isso, mesmo que a Rússia não o queira", acrescentou.
Já na Estónia, o ministério dos Negócios Estrangeiros que as mais recentes notícias vindas da Polónia são "muito preocupantes" e que está em conversações "próximas" com Varsóvia e outros aliados.
No Twitter, os estónios dizem-se também "prontos para defender cada centímetro do território da NATO" e "totalmente solidários" com a Polónia.
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O ministro da Defesa da Letónia, Artis Pabriks, por sua vez, condenou a queda de mísseis e defendeu que, como reação, seja implementado um escudo aéreo para a defesa da Ucrânia.
"As minhas condolências aos nossos irmãos de armas polacos. O criminoso regime russo disparou mísseis que atingiram não apenas civis ucranianos, mas também atingiram o território NATO na Polónia. A Letónia apoia totalmente os amigos polacos e condena este crime", sublinhou Artis Pabriks.
Notícia atualizada às 20h43