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Boa tarde. A luta contra o novo coronavírus. A luta contra o tempo. A luta pela sobrevivência económica. As estatísticas vão dando forma a uma crise provocada pela pandemia das nossas vidas. São cada vez mais as empresas em lay-off, o número de desempregados continua a subir e a economia prossegue a queda vertiginosa. E tudo isto enquanto noutros campos de batalha se continua a lutar pela vida humana. Vamos aos números de hoje.
Os números mais recentes
É a primeira morte em Portugal de um doente com menos de 30 anos. O dado foi avançado no boletim diário da Direção-Geral da Saúde que contabilizou ainda 11 mortes nas últimas 24 horas. Em Portugal já morreram 1074 pessoas vítimas da Covid-19 e há registo de 25.702 infetados.
Em Espanha o número de vítimas mortais voltou a subir ligeiramente. Nas últimas 24 horas morreram mais 185 pessoas, elevando assim a contagem dos óbitos para 25.613.
O Reino Unido ultrapassou a Itália e é agora o país da Europa com mais mortes por Covid-19. Os britânicos contabilizam já mais de 32 mil mortes, enquanto Itália está ligeiramente acima das 29 mil.
A Alemanha voltou a registar mais de uma centena de mortos: mais 139 de segunda para terça-feira, de um total de 6831 vítimas mortais. Há já quase 164 mil infetados.
A China vai já na terceira semana sem o registo de vítimas mortais e contabilizou apenas um infetado nas últimas 24 horas.
Cenário muito diferente do dos Estados Unidos, onde morreram 1015 pessoas - o número mais baixo do último mês -, elevando a contagem oficial para 68.689 vítimas mortais desde o início da pandemia. Os infetados chegam quase a um milhão e 200 mil.
No Brasil as coisas continuam a correr terrivelmente mal. As autoridades de saúde tiveram de corrigir os dados oficiais e, em vez dos 4075 infetados inicialmente anunciados, são 6600 casos de contágio. Em apenas 24 horas. São mais cem mil infetados desde o início da pandemia e mais de 7300 mortos.
Até agora, a Covid-19 já matou mais de 250 mil pessoas em todo o mundo e infetou mais de três milhões e meio.
O que se passa no terreno
No primeiro dia de estado de calamidade, a PSP multou três pessoas por se recusarem a usar máscara nos transportes públicos. E a GNR impediu mais de 450 de entrar nesses transportes, precisamente, por não terem máscara.
Só durante o estado de emergência, houve mais de 430 detenções. Tudo pessoas que não respeitaram as regras de confinamento.
O Santuário de Fátima anunciou hoje as regras para as celebrações do próximo 13 de Maio. Haverá muita oração, mas não haverá peregrinos.
A menos de duas semanas da reabertura das creches, a ministra da Solidariedade Social espera conseguir fazer chegar as recomendações de segurança e higiene às instituições ainda esta semana.
Enquanto isso, o Exército está a dar uma ajuda na distribuição de máscaras e gel desinfetante pelas escolas.
Os desacertos entre o setor privado e o Serviço Nacional de Saúde continuam. O Ministério da Saúde anunciou que alguns hospitais privados e misericórdias decidiram suspender 13 acordos de convenção com o Estado durante o confinamento. A parte estranha é que os privados desmentem.
O Governo anunciou hoje que desde o início da pandemia já foram contratados mais de 2300 profissionais de saúde em Portugal.
O que a política está a fazer...
O Governo quer simplificar o acesso ao Rendimento Social de Inserção e, por isso, está a preparar novas regras que possam dar uma resposta mais eficaz a quem caiu no desemprego e na pobreza por causa da pandemia.
O Presidente da República retomou hoje as reuniões com as empresas de comunicação social, a braços com uma crise económica grave. Afonso Camões, administrador da Global Media Group (que detém a TSF), alertou para os apoios prometidos pelo Governo que ainda não chegaram às empresas.
... e como tudo isto mexe com a economia
Os trabalhadores da TAP lançaram um apelo ao Governo: querem que o Estado assuma o controlo da companhia e trave o agravamento das contas.
E o que não falta, neste momento, são empresas em Portugal a viverem grandes dificuldades. Isso mesmo é visível no número de pedidos de lay-off simplificado que já deu entrada até ao momento: mais de cem mil. E o Governo quer obrigar as empresas que já estão a receber este apoio que retomem a atividade no prazo de oito dias.
Cá dentro, como lá fora. No Reino Unido há mais de seis milhões de trabalhadores em lay-off e em Espanha já se perderam mais de um milhão de empregos até ao momento.
A crise económica faz-se sentir um pouco por todo o lado e em quase todos os setores. Os pescadores portugueses, por exemplo, estão preocupados com o preço da sardinha este ano: a quota aumentou e a sardinha deve ficar mais barata.
Preocupados estão também os produtores de cereja do Fundão. As medidas de segurança "impostas" pela Covid-19 estão a dificultar a apanha e já há quem estime uma quebra superior a 50%. A reportagem é do José Ricardo Ferreira.
Informações que lhe podem ser úteis
É mais um sinal de esperança: Israel anunciou a descoberta de um anticorpo capaz de neutralizar o novo coronavírus.
Para fazer regressar o futebol em tempo de pandemia, o Governo admite propor a transmissão dos jogos da 1.ª Liga em sinal aberto. A ideia é evitar aglomerados de pessoas.
E, no Reino Unido, está-se a estudar a possibilidade de retomar a Premier League, mas com jogos de duração reduzida.
Já agora, vem aí uma app portuguesa que permite escolher o dia e a hora para ser atendido numa loja ou num serviço. Chama-se "Marca à vez" e é obra de um grupo de estudantes da Universidade de Aveiro.
Sugerimos ainda que...
A opinião hoje tem assinatura do Daniel Oliveira e é sobre a polémica do 1.º de Maio. "Tranquem o Jerónimo" é o sugestivo título da crónica que pode ler e ouvir aqui.
A Teresa Dias Mendes esteve à conversa com Vera Dias, a 1.ª solista auxiliar da Orquestra Gulbenkian. Também ela a viver "Um dia de cada vez".
O Fernando Alves pergunta "Que dia é hoje" em mais uns "Sinais".
E no "Tubo de Ensaio", o Bruno Nogueira e o João Quadros dissertam sobre Ferro Rodrigues e Nuno Melo. O que um tem a ver com o outro? É ouvir aqui.
Até amanhã.