Marisa Matias quer PM "diretamente" envolvido nas negociações sobre o 'brexit'
Em entrevista à TSF, a eurodeputada considera que um maior envolvimento do Governo português seria "muito importante".
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"Há uma coisa que seria muito importante: que o Governo português não aceitasse a forma como estão a decorrer as primeiras reuniões pós-Brexit. Só pode haver decisões tomadas a 27" defende a eurodeputada, depois de questionada sobre a presença do primeiro-ministro, António Costa, no próximo Conselho Europeu, marcado para os dias 28 e 29 de junho.
"Isso seria, desde logo, uma mensagem muito importante, envolver-se diretamente nas negociações", sublinha.
Em entrevista à TSF, durante a X Convenção Nacional do Bloco de Esquerda, Marisa Matias falou ainda sobre a eventual aplicação de sanções a Portugal, no âmbito dos procedimentos por défices excessivos.
"Não há condições para aplicar sanções a Portugal. Como se justificam as sanções num plano em que todas as instituições têm previsões abaixo dos três por cento? Nunca houve condições para aplicar a Portugal. E agora menos", insiste.
Marisa Matias rejeita "corrida aos referendos"
Na sequência dos resultados do referendo britânico e dos pedidos, um pouco por toda a União Europeia, de referendos noutros estados-membros, a eurodeputada defende que, mais do que novas consultas populares, o essencial é refletir sobre os resultados.
"Não é uma corrida aos referendos. Sempre colocámos o referendo ao Tratado Orçamental como uma das nossas bandeiras, mas, mais importante, é aprendermos com o referendo do Reino Unido", disse.
Questionada sobre um hipotético referendo em Portugal, sobre a permanência do país na zona euro, afirma: "É mais do que evidente que a integração de Portugal na zona euro - não por culpa da moeda, mas por uma questão da arquitetura, foi sempre uma integração muito desigual".