O novo desafio de Montenegro a Rio: "Conseguir a terceira vitória consecutiva" nas legislativas
Luís Montenegro diz que o desafio à liderança de Rui Rio "acordou gigante adormecido" e promete "combate cerrado" a António Costa.
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O PSD tem de se concentrar em fazer uma oposição forte e "conseguir dar ao PSD a terceira vitória consecutiva nas eleições legislativas" de outubro. É o novo desafio de Luís Montenegro a Rui Rio.
"Há um vencedor em toda esta discussão: o PSD", disse aos jornalistas em Espinho, falando pela primeira vez sobre o Conselho Nacional que aprovou a moção de confiança à direção de Rui Rio, e onde não pôde intervir.
"Estou convencido que nada vai ficar como antes, estou convencido nada vai ficar na mesma, estou convencido que o PSD se vai concentrar em garantir a sua unidade interna e em fazer uma oposição firme."
Luís Montenegro assume que as divergências estratégicas com a direção de Rui Rio "não desapareceram de um momento para o outro", mas promete, a partir de agora, focar-se em fazer oposição a António Costa.
"Aproveitarei a minha intervenção para fazer um combate cerrado ao Governo, ao primeiro-ministro e ao Partido Socialista."
"Este abanão é útil para quem dirige o partido", reforçou, assumindo que apesar das "dificuldades eleitorais" o PSD tem "condições" para vencer as eleições europeias e as eleições regionais na Madeira e para "chegar" às eleições legislativas".
Ele mesmo vai manter-se ao lado do partido de sempre - "nunca na minha vida votei noutro partido", assegura, e nas legislativas espera estar "de bandeira na mão a festejar uma vitória".
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O desafio à liderança de Rui Rio serviu para "acordar um gigante adormecido que é o partido Social-Democrata", considera. "Estou de consciência tranquila".
Apesar de considerar que as eleições diretas seriam "a verdadeira clarificação", Luís Montenegro assegura que "não menospreza, nem ignora" o que se passo no Conselho Nacional. "O partido decidiu como decidiu, não vou insistir".
Sobre os "injustos, despropositados, desadequados, ou mesmo falsos," ataques pessoais que lhe foram desferidos, refere não se pronunciar.
Com o apoio de apenas meia centena de militantes, Luís Montenegro foi o grande derrotado do Conselho Nacional que pôs à prova a direção de Rui Rio.
Depois de dez horas de debate e muita celeuma - uma "fantochada" - sobre o método de votação os militantes aprovaram com voto secreto a moção de confiança, com 75 votos a favor, 50 contra e um voto nulo. Uma vitória que se traduz numa percentagem de 59,5%.
O homem que desafiou Rio a ir a eleições antecipadas e que instalou a discórdia no seio do PSD estava a escassos minutos a pé do hotel onde a confiança no seu adversário era sufragada, mas ao contrário do que pediram muitos sociais-democratas, não foi convidado a falar.
À saída da reunião, e questionado sobre a legitimidade para continuar à frente do partido, Rio foi perentório: "legitimidade para liderar o partido tive sempre, porque ganhei as diretas. Naturalmente, face a todo este tumulto que houve muito recentemente, este é um resultado importante porque é um pouco superior ao que foram as diretas", que venceu com 54,37% dos votos, há um ano.
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