O dirigente socialista António Costa recusou a perspectiva de o PS ser um partido típico de oposição, com uma agenda de resistência e de crítica fácil, defendendo antes a necessidade de se assumir como alternativa reformista.
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António Costa, presidente da Câmara de Lisboa e «número dois» da lista de Francisco Assis para a Comissão Nacional, deixou um breve voto de felicidades ao novo secretário-geral socialista, António José Seguro, e esclareceu qual o posicionamento que entende para o PS.
«O PS está na oposição mas não é um partido de oposição. A nossa agenda não é a da resistência, da crítica fácil e do bota-abaixismo. O PS deve afirmar todos os dias os seus valores, a sua alternativa, com a responsabilidade, determinação e ânimo reformista, que têm de ser as suas marcas para enfrentar a crise», disse.
Na sua intervenção, o presidente da Câmara de Lisboa atacou o Governo PSD/CDS, dizendo que ao fim de três meses de acção «já se tornou evidente o discurso fantasista» da recente campanha eleitoral.
António Costa disse depois que se anuncia agora mais impostos e recessão, numa prova de que as crises «não se vencem com demagogia» e que «não há milagres» quando se exerce funções governativas.
Para o dirigente socialista, o PS deve ter uma agenda com quatro pontos básicos: exigir equilíbrio na aplicação do programa da troika e combater a agenda ideológica do Governo a este nível; defender que os sacrifícios devem ser repartidos, não permitindo que se penalizem só os rendimentos do trabalho; exigir equidade na reforma dos sistemas sociais e recusar os cortes cegos; proteger o investimento essencial para sectores estratégicos, alegando que só com crescimento económico pode haver redução sustentável da dívida e do défice.