"Ainda não é desta que eu morro." Marcelo, Costa e a "brincadeira" de quem faz o elogio fúnebre
Presidente da República revelou que tem com o primeiro-ministro uma espécie de jogo sobre quem vai fazer o elogio fúnebre de quem.
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Quando António Costa ligou a Marcelo Rebelo de Sousa, o Presidente da República teve de lhe dar uma notícia triste: "Olhe, ainda não é desta que eu morro." Foi assim, perante os jornalistas que o esperavam à saída do Hospital de Santa Cruz após ter desmaiado em Almada, que revelou o que diz ser uma "brincadeira" com o primeiro-ministro.
A "brincadeira", palavras do próprio, é simples: "Saber quem faz o elogio fúnebre do outro." Por isso mesmo, hospitalizado por algumas horas, Marcelo não perdeu a oportunidade de marcar esse ponto perante Costa, que lhe respondeu que "teria um grande desgosto" se tivesse de o ter feito esta quarta-feira.
Mas o telemóvel de Marcelo não parou aqui, tal como não parou antes sequer de chegar ao hospital. É que, ainda na ambulância em que era transportado, já ligava ao chefe da Casa Civil para o manter a par de tudo. Mereceu a reprovação da bombeira e da médica que o acompanhavam.
"Ficou zangadíssima", revelou, porque não lhe conseguiam medir a tensão. Chegado ao hospital, depois de falar com Costa, ainda recebeu um telefonema de Luís Montenegro, esteve com o ministro da Saúde e, "por ironia do destino, um dos chamados candidatos a candidatos a Belém" também quis saber como estava.
Marcelo respondeu-lhe que tivesse "calma, porque ainda não é ocasião de começar a campanha eleitoral". Quem foi? "Não me lembro, ainda estava naquele estado", respondeu aos jornalistas.
O Presidente da República, recebeu pouco antes das 20h00 alta do Hospital de Santa Cruz, em Carnaxide, após uma tarde de exames médicos devido a um desmaio numa visita à Faculdade de Ciências da Universidade Nova de Lisboa, em Almada.
À saída, garantiu sentir-se "muito melhor" e explicou que a culpa foi de um copo de moscatel "quente" e do Fortimel que tinha bebido em vez de almoçar, como costuma fazer.
Suspeita que o vinho generoso tenha "interagido com a digestão, que estava por ser feita, do Fortimel", até porque começou "logo a sentir" que algo estava mal.
Teve uma "quebra de tensão repentina, o chamado fenómeno vagal" e, apesar de ter tentado afastar-se do local onde estava, já não conseguiu chegar ao interior de nenhum edifício.
Mediram-lhe a tensão arterial em 8/6, "muito baixa", sendo que 6 é "normal" para o Presidente da República, garantiu o próprio. Munido agora de um Holter para "ver como vai a evolução da tensão", recebeu recomendações para "beber mais água" porque, confessa, bebe "muito pouca, principalmente em dias quentes" e "não tomar bebidas que sejam diuréticas" ou tenham "muito açúcar".