"Esperem pelo São João do ano que vem." PR não quer comentar associação de Costa a lugar europeu
Reconhecendo que é "um daqueles temas sempre apetecíveis numa noite quente", Marcelo defende que "não era bom para Portugal, nem para a Europa" comentar o assunto.
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou esta sexta-feira no Porto que comentar ou "especular", nesta altura, sobre a associação do primeiro-ministro António Costa ao Conselho Europeu "não era bom nem para Portugal, nem para a Europa".
Em declarações à chegada ao Palácio de Cristal, onde iniciará o festejo do São João, no Porto, o chefe de Estado pediu aos jornalistas que essa pergunta lhe seja feita dentro de um ano, quando já forem conhecidos os resultados das eleições europeias agendadas para o início de junho de 2024.
"O Presidente da República, o que tinha a escolher do seu futuro, escolheu dentro das condições que existiam e agora tem de cumprir o mandato até ao fim. Aquilo que cada qual, na cena portuguesa e europeia, quer seguir é uma escolha própria e tudo o que eu dissesse agora não era bom nem para Portugal, nem para a Europa", começou por dizer Marcelo Rebelo de Sousa.
E prosseguiu: "Como a minha função não é criar problemas nem a Portugal, nem à Europa não vou dizer nada."
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Lembrando que as eleições europeias são daqui a um ano e delas "sairá um determinado resultado e, em função disso, acordos interpartidários na distribuição de lugares importantes", frisou que o país tem "quem esteja em funções em Portugal, logo não é bom nem para a Europa, nem Portugal, neste momento, especular sobre isso".
"O Presidente da República não é analista político", assinalou, mas "se fosse analista político faria uma análise muito interessante sobre essa situação". Não sendo, "só tem de decidir aquilo que cabe nas suas competências".
"É um daqueles temas sempre apetecíveis numa noite quente, agradável (...). Esperem pelo São João do ano que vem, e no São João do ano que vem façam-me a pergunta porque aí será mais fácil dar a resposta", respondeu perante a insistência dos jornalistas.
Sobre a questão dos migrantes do Samouco, afirmou tratar-se de "um assunto sério" e que "ainda bem que está a ser acompanhado e investigado" porque é do "interesse da sociedade portuguesa, mas também do respeito das pessoas e isso é fundamental".
Questionado se uma nova agência só para tratar estas questões pode agilizar a resposta, recordou o percurso de transição, que considerou "muito longo".
"Eu acompanhei o que o Ministro da Administração Interna foi fazendo para encontrar equilíbrios laborais, difíceis, e que era pegar no SEF e distribuir pela PSP, GNR, Polícia Judiciária, manter uma parte da antiga estrutura e criar uma nova agência e essa nova agência herdar do passado aquilo que é o resultado deste período transitório. No entanto continuou a haver problemas. Até normalizar há aqui um tempo de transição e, nesse sentido, depois surgem queixas, porque demora tanto tempo a regularizar o que vem do passado", defendeu.
Sobra ideia lançada "pelo BE, no pretérito Governo, e depois foi acolhida genericamente pelo Parlamento", refletiu ter "alguma lógica, para certas missões, policiais e mais administrativas, que a agência pretenda ir direta a problemas sociais".