"Praticamente esgotadas." Associação de Creches preocupada com falta de vagas para próximo ano letivo
Além da falta de vagas há também carência de recursos humanos.
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A Associação de Creches e Pequenos Estabelecimentos de Ensino Particular (ACPEEP) manifesta "preocupação" face à falta de vagas para o próximo ano letivo. O problema é mais evidente nos grandes centros urbanos, como Lisboa, Setúbal e Porto.
"Faltam realmente muitas vagas. Eu ouvi nas declarações que foram dadas pela ministra, que existem neste momento 1100 vagas ainda, mas queremos acreditar que se elas existem são nos sítios onde ela não é grande, onde não fazem falta", refere à TSF Susana Batista.
"Para o próximo ano letivo, que começa em setembro, neste momento as vagas já estão praticamente todas esgotadas. Nós nas creches privadas já estamos a receber famílias que já tiveram respostas das instituições do setor social que não têm vaga e neste momento já estão a procurar as creches privadas e também, pela informação que tenho, já não estão a encontrar", afirma.
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Além da falta de vagas há também carência de recursos humanos. Susana Batista avisa que há salas em risco de fechar por falta de educadores de infância. "Estamos também já a sentir esse problema. Sentimos que, tendo em conta que houve muitos docentes do ensino público que se reformaram ou que se vão reformar, há um grande número de educadores de infância que estão a ir para o ensino público e, portanto, neste momento é díficil encontrar educadores com mestrado para tomarem conta de uma sala."
O programa Creche Feliz, em que o Estado paga por cada criança que entre numa creche, está a ter cada vez mais adesão, como confirmou na semana passada, em audição parlamentar, a secretária de Estado para a Inclusão, Ana Sofia Antunes. Neste momento, há cerca de 400 creches inscritas no programa. Uma das razões para o sucesso foi a antecipação do pagamento do Estado de 60 para 21 dias. "Sem dúvida que foi uma alteração muito importante. Havia muitas creches que não tinham aderido porque não conseguiam aguentar tanto tempo à espera das mensalidades. Este foi uma boa medida e se for suficientemente divulgada, muitas creches que ainda não aderiram vão fazê-lo."
A presidente da Associação de Creches espera ainda uma atualização do valor
pago pelo Estado para fazer face ao aumento de custo impulsionado pela inflação. "Muitas coisas aumentaram de preço, a alimentação, os ordenados, a energia, tudo aumentou imenso por tanto as mensalidades passaram a ficar mais caras."