Ramos Horta: Portugal e Timor devem por uma pedra sobro o caso da expulsão dos magistrados
Numa mensagem publicada no Facebook, o antigo presidente de Timor-Leste diz que o incidente da expulsão dos magistrados foi como uma nuvem negra que ficou a pairar mas Portugal e Timor devem trabalhar para reforçar relações e investir seriamente no setor da Justiça.
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O ex-chefe de Estado timorense José Ramos-Horta afirmou hoje, numa mensagem no Facebook, que Portugal e Timor-Leste devem colocar o episódio dos magistrados no passado e investir mais «seriamente» no setor da Justiça.
«Tentemos colocar este episódio dos magistrados no passado e ao mesmo tempo investir mais seriamente no setor da Justiça, pilar indispensável do Estado democrático», refere o também Prémio Nobel da Paz.
Para José Ramos-Horta, o incidente «toldou com uma nuvem carregada» as relações entre os dois países, que devem sair «reforçadas deste mau tempo».
Na mensagem, José Ramos-Horta disse que hesitou antes de «opinar» sobre o assunto por não estar na posse de informações fidedignas, mas «há muito» que tinha «rumores perturbadores com alegações gravosas nada abonatórias da Justiça em Timor-Leste».
«A questão central para o Governo timorense e para todos os timorenses, de todos os quadrantes sociais e políticos, está no Tribunal Distrital de Díli. O embate entre David (Timor-Leste) e Golias (as famigeradas sete irmãs, assim são conhecidas as sete mais poderosas empresas petrolíferas do mundo)», refere.
O Governo exibiu provas documentais, até agora não contestadas, de falhas gravosas de quem julgou o processo - Estado de Timor-Leste versus Conoco Phillips - lesando seriamente o Estado. Que haja então uma auditoria objetiva e aprofundada da Justiça em Timor-Leste», salienta.
No texto, José Ramos-Horta afirma que se sente, enquanto timorense, «entristecido e profundamente desiludido com as ofensas públicas e injuriosas contra o primeiro-ministro, Xanana Gusmão» e garante que não existe qualquer animosidade em relação aos portugueses.