Já Mouraz Lopes, presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses, adianta à TSF que foram feitos vários telefonemas para Portugal a denunciar ameaças.
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O presidente do Conselho Superior de Magistratura de Timor-Leste, Guilhermino da Silva, afirmou à agência Lusa não ter conhecimento de ameaças a juízes timorenses.
«Não tenho conhecimento disso. Até este momento, não vimos diretamente essa ameaça», afirmou o também presidente do Tribunal de Recurso, quando questionado pela Lusa sobre ameaças a juízes timorenses.
Na terça-feira, uma magistrada portuguesa disse à Lusa ter recebido um email de um magistrado timorense a alertar os colegas portugueses, recentemente expulsos, de que os juízes daquele território estão «em perigo de vida» e temem pela sua segurança.
Segundo Guilhermino da Silva, o Conselho Superior de Magistratura esteve reunido e decidiu informar o Conselho Superior de Magistratura de Portugal sobre «atitudes tomadas por alguns juízes portugueses em Lisboa».
«Nós vamos dar conhecimento disso. Vamos tomar posição, porque descredibilizou o sistema de justiça timorense», afirmou o juiz, sublinhando que está descontente com as declarações que estão a ser feitas por magistrados portugueses em Portugal sobre o caso de Timor-Leste.
Ouvido pela TSF, Mouraz Lopes, presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses, confirmou que foram feitos vários telefonemas para Portugal a denunciar a situação. O juiz adianta que, inclusive, existem queixas de juízes timorenses que dizem sentir-se ameaçados devido à situação que aconteceu com os magistrados portugueses.
Perante a situação, Mouraz Lopes não esconde a preocupação pela situação que está criada.
O Governo de Timor-Leste ordenou no dia 03 a expulsão, no prazo de 48 horas, de oito funcionários judiciais, sete portugueses e um cabo-verdiano.
No dia 24 de outubro, o parlamento timorense tinha aprovado uma resolução a determinar uma auditoria ao sistema judicial do país e a suspender os contratos com funcionários judiciais internacionais «invocando motivos de força maior e a necessidade de proteger de forma intransigente o interesse nacional».