Há quem antecipe um futuro desafinado mas também são muitos os que acreditam num governo que venha a ser digno de aplausos. Enquanto o dia de ir às urnas não chega em Espanha, trocar os discursos por um fado pode ser uma opção.
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São três os restaurantes "Fado" em Madrid. Enchem-se sobretudo de espanhóis que apesar de não entenderem as letras, acham a melodia bonita. Diz quem apareceu para jantar esta quinta-feira, que "a música é triste, mas anima o coração".
Numa mesa comprida está um grupo com mais de vinte pessoas que vão bebendo as palavras da fadista Laureana Geraldes. Não percebem o que ela diz mas pouco importa, o sentido e a melodia chegam para emocionar.
Nas pausas há risos e discussões, a TSF serve a palavra "cambio" e logo se dividem as opiniões. Há quem acredite que é preciso mudar, que vai ser positivo. Outros seguem o embale do fado e são mais pessimistas.
"Temos que mudar, nem que seja com o do rabo-de-cavalo do Podemos (referência a Pablo Iglesias)... mas com o que levou o "puñetazo" (referência a Mariano Rajoy) não podemos ficar". Paulo Carvalho, proprietário dos três restaurantes, a viver em Espanha há vários anos, acredita que o cenário português pode repetir-se, apesar de antecipar uma resolução mais rápida.