O exército sírio voltou a bombardear a província de Houla, indicou a oposição, apelando aos observadores da ONU para se deslocarem a essa localidade do centro da Síria.
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«O regime assassino bombardeia neste momento Houla, onde um massacre ocorreu a 25 de maio, utilizando carros blindados e obuses», afirmou o Conselho Nacional Sírio (CNS), principal coligação da oposição, em comunicado.
O CNS apelou aos «observadores da ONU para se deslocarem rapidamente a Houla e a exercerem pressões sobre o regime para fazer cessar os bombardeamentos e proteger os civis».
Por seu lado, o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) afirmou que «os habitantes fogem em direção a outras localidades da região de Houla, por medo de novos massacres», face a colunas de fumo que se elevam da vila de Taldo, alvo dos bombardeamentos.
Entretanto, o rebelde Exército Livre Sírio (ELS) deu hoje um ultimato de 48 horas ao regime de Damasco para o fim das agressões e ameaçou que se isso não acontecer deixará de respeitar o estipulado no plano de paz do mediador internacional, Kofi Annan.
Num comunicado do Comando Misto do ELS no interior da Síria os rebeldes exigem que neste prazo, que termina na próxima sexta-feira às 12:00 locais (10h00 em Lisboa), as forças leais ao Presidente sírio, Bashar al Assad, cessem toda a forma de violência.
O enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe, Kofi Annan, reuniu-se na terça-feira, em Damasco, com Bashar al Assad, para tentar salvar o plano de paz traçado para o país.
Foi a segunda visita de Annan à Síria desde o início da sua missão, há três meses, e ocorreu depois de no domingo o Conselho de Segurança da ONU ter condenado o Governo sírio por utilizar artilharia num massacre em que foram mortas pelo menos 108 pessoas na cidade de Houla (centro).
O plano de paz apresentado por Annan tem por base um cessar-fogo, iniciado a 12 de abril, que tem sido violado regularmente, apesar do destacamento na Síria de uma missão de observadores da ONU.
De acordo com os últimos dados da ONU, desde o início da revolta popular na Síria, em março de 2011, morreram mais de 10.000 pessoas devido à violência e 230.000 estão deslocadas.