CGTP avisa Governo que "quanto maior o ataque, maior será a resposta" e deixa desafio a Marques Mendes

Leonardo Negrão/Global Imagens (arquivo)
À TSF, o líder da CGTP, Tiago Oliveira, critica a postura "de arrogância e prepotência" do Governo e sublinha que a greve geral será um "grande momento de afirmação e luta"
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O secretário-geral da CGTP avisa o Governo, a propósito do pacote laboral, que "quanto maior o ataque, maior será a resposta dos trabalhadores" e desafia o candidato presidencial Luís Marques Mendes a pronunciar-se sobre o conteúdo deste texto.
"Quanto maior o ataque, maior será resposta dos trabalhadores. Quanto maior ofensiva, maior será a luta de quem trabalha. Todas as formas de luta estão em cima da mesa", sublinha Tiago Oliveira, em declarações à TSF.
As afirmações do sindicalista surgem depois de a UGT ter admitido, em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, juntar mais um dia à greve geral convocada para 11 de dezembro, caso o Executivo liderado por Luís Montenegro não apresente uma nova proposta para a revisão laboral.
Sobre isto, Tiago Oliveira explica que este alerta prende-se com "a dimensão do ataque que está em curso". "Estamos com um brutal assalto aos direitos de quem trabalha. Há um profundo retrocesso na vida de quem trabalha. A postura deste Governo de arrogância e prepotência, de achar que tudo pode e tudo quer e tudo manda não vai resolver qualquer tipo de problema", entende.
E lamenta que o Executivo, desde a entrega do pacote laboral, em julho, não tenha ainda proposto alterações ao seu conteúdo. Vinca, por isso, que todas as formas de luta estão "em cima da mesa", como "sempre" estiveram.
Caso a ausência de respostas às reivindicações das centrais sindicais se mantenha, a greve geral, acrescenta, será "um grande momento de afirmação, de luta, de capacidade dos trabalhadores virem para a rua".
Na Entrevista TSF/JN deste domingo, o candidato presidencial Luís Marques Mendes aconselhou o Governo a negociar com os sindicatos e considerou que "a paz social pode estar em risco", se o pacote laboral for aprovado sem acordo na concertação social.
Confrontado com estas declarações, Tiago Oliveira aponta para as diferentes posições assumidas por Marques Mendes relativamente a este processo e, por isso, deixa um desafio.
"Luís Marques Mendes tem alternado muito aquilo que é o seu posicionamento. Era importante que se pronunciasse sobre o conteúdo do pacote laboral, porque isso é que é importante percebermos e é isso que define as pessoas e aquilo que defendem", atira.
O secretário-geral da CGTP anunciou no início deste mês uma greve geral para 11 de dezembro, no final da marcha nacional contra o pacote laboral, em Lisboa.
O anteprojeto do Governo para revisão da legislação laboral, que está a ser debatido com os parceiros sociais, prevê a revisão de "mais de uma centena" de artigos do Código de Trabalho.
As alterações previstas na proposta - designada "Trabalho XXI" e que o Governo apresentou em 24 de julho como uma revisão "profunda" da legislação laboral - visam desde a área da parentalidade (com alterações nas licenças parentais, amamentação e luto gestacional) ao trabalho flexível, formação nas empresas ou período experimental dos contratos de trabalho, prevendo ainda um alargamento dos setores que passam a estar abrangidos por serviços mínimos em caso de greve.

