Passos Coelho e Paulo Portas querem deixar claro que um executivo de Costa não vai ter vida fácil.
Corpo do artigo
No debate do programa de governo, a coligação PSD/CDS quer provar que o PS se prepara para derrubar um executivo "democraticamente" eleito, que "pôs o país a crescer" e foi escolhido pelos portugueses a 4 de outubro.
Na discussão, que antecipam "dura", além de Passos e Portas, preparam-se para falar três ministros. Defender a legitimidade do governo e alertar para os riscos de uma viragem à esquerda que coloque Portugal num precipício - uma mensagem simples com que o executivo PSD/CDS quer marcar o debate para memória futura.
Porque na calha, lembram várias fontes dos dois partidos ouvidas pela TSF, está um governo minoritário dos socialistas e deve ficar bem claro que, a avançar, um executivo liderado por Costa não vai ter vida fácil do lado da coligação.
Sempre com o cumprimento das metas orçamentais como pano de fundo, o executivo PSD/CDS tratará de recordar que esteve sempre disponível para negociar e está a funcionar, tendo até aprovado já medidas extraordinárias para compensar o atraso no Orçamento do Estado.
Uma ideia que será defendida "com unhas e dentes" pelas bancadas PSD/CDS para mostrar que, mesmo após quatro anos de ajustamento, os portugueses escolheram o caminho traçado pela coligação. Ou seja, quem quiser derrubar um governo democraticamente eleito, que fique na fotografia e assuma as responsabilidades e consequências. E só um partido, adiantou Passos a três dias do debate, o pode fazer cair: o PS. Antecipando cenários, Pedro Passos Coelho garante que fica: no governo ou na oposição.
Com o alvo bem definido, que acusam de levar a cabo um golpe de secretaria para conquistar o poder, PSD e CDS preparam intervenções recheadas de avisos, lembrando que o governo está a funcionar e até já aprovou medidas excecionais devido ao atraso do Orçamento do Estado. Do programa, os dois partidos devem ainda destacar o combate às desigualdades sociais e ao declínio demográfico e propostas com vista à desburocratização e modernização do Estado.
Além de Passos Coelho e Paulo Portas, a defesa do governo deverá ficar a cargo de outros três ministros. Maria Luís Albuquerque, Pedro Mota Soares e de um dos novos rostos do executivo: Rui Medeiros, que tem a tutela da modernização administrativa. A manter-se o previsto, o encerramento será feito pelo primeiro-ministro.