"Fiz diligências hoje." Marcelo espera decisão sobre Orçamento "até ao último segundo"
Presidente da República reforçou que "o que é bom para o país é haver acordo".
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, revelou esta terça-feira que fez "diligências complementares" até ao início do debate sobre o Orçamento do Estado, esta tarde, na Assembleia da República.
Em declarações aos jornalistas, o chefe de Estado reforçou que "o que é bom para o país é haver acordo e não há nada como deixar claro qual é a alternativa a esse acordo", algo que o próprio diz ter feito "por uma questão de clareza".
Até ao início do debate desta tarde revela que fez ainda "diligências complementares". A palavra é dos partidos e "vai até ao último segundo", pelo que a responsabilidade recai agora sobre os mesmos e sobre a Assembleia da República.
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"É tão legítimo decidir num sentido como noutro e as consequências políticas são diferentes", alertou também Marcelo Rebelo de Sousa, que não quis explicar quais as "diligências" que promoveu.
Questionado sobre se conseguiu estabelecer pontes, o chefe de Estado não adiantou o resultado dos seus contactos: "Eu não tenho acompanhado o debate [do Orçamento na Assembleia da República] hoje, mas sabem como verdadeiramente esse é o domínio do diálogo em que os partidos políticos, no Parlamento e fora do Parlamento, têm a palavra".
Pouco depois, quando interrogado sobre que diligências fez e se estão relacionadas com os deputados eleitos pela Madeira, respondeu: "Eu não especifico diligências que faço. Achava que devia fazê-las dentro do que era possível num determinado contexto. No fundo, foram vários os que intervieram ao longo deste processo. E agora a palavra é da Assembleia da República, o debate está a correr, vai correr".
Sobre as reuniões que Ferro Rodrigues promoveu esta tarde com os líderes parlamentares, Marcelo explica que Ferro Rodrigues considerou que essa era a melhor forma de manter o Presidente da República informado.
Duodécimos? Portugueses "já sabem qual a posição" do Presidente da República
Questionado pela TSF sobre o cenário de governação em duodécimos levantado por António Costa, o Presidente da República assinalou apenas que "ainda não há decisão da Assembleia da República".
Depois de existir, "logo se verá", mas "os portugueses já sabem qual a posição que definiu, de início, o Presidente da República" e que passará pela dissolução do Parlamento.
"Antecipar e cenarizar é legítimo para a comunicação social, é a vossa função, mas não é a do Presidente", remata.
O debate do Orçamento do Estado para 2022 na Assembleia da República na generalidade começou esta terça-feira e termina na quarta-feira, com a votação da proposta do Governo.
Com os votos contra anunciados por PCP, BE e PEV, que se juntam aos dos partidos à direita, PSD, CDS-PP, Chega e Iniciativa Liberal, somando 117 no total, o Orçamento será chumbado na generalidade - um cenário que o Presidente da República avisou que conduzirá à dissolução do Parlamento e a eleições antecipadas.
A proposta do Governo conta apenas com os votos a favor dos 108 deputados do PS e cinco abstenções, do PAN e das deputadas não inscritas Cristina Rodrigues e Joacine Katar Moreira.