Esta reunião acontecerá no dia seguinte à comunicação ao país que o Presidente da República já anunciou que fará na quinta-feira.
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A conferência de líderes vai reunir-se na sexta-feira sobre "eventuais consequências para os trabalhos parlamentares decorrentes da decisão do Presidente da República", na sequência da demissão do primeiro-ministro, confirmou esta quarta-feira o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva.
Em declarações aos jornalistas, o líder da Assembleia da República escusou-se a adiantar pormenores.
"Temos de aguardar a decisão do Presidente da República. Amanhã [quinta-feira] intervirei no Conselho de Estado, como é meu dever, e, entretanto, convoquei já os líderes parlamentares para a sexta-feira de manhã", disse.
De acordo com o gabinete do presidente de Augusto Santos Silva, a reunião vai acontecer na sexta-feira de manhã e tem como objetivo avaliar o impacto que a crise política aberta na terça-feira poderá vir a ter nos trabalhos parlamentares.
Esta reunião acontecerá no dia seguinte à comunicação ao país que o Presidente da República já anunciou que fará na quinta-feira, depois de ouvir o Conselho de Estado que convocou para uma eventual dissolução do parlamento.
Na agenda do Parlamento, onde está a decorrer a discussão do Orçamento do Estado na especialidade, estava apenas prevista uma reunião da conferência de líderes para o dia 14 deste mês.
O primeiro-ministro, António Costa, pediu na terça-feira a demissão ao Presidente da República, que a aceitou.
António Costa é alvo de uma investigação do Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça, após suspeitos num processo sobre negócios de lítio e hidrogénio terem invocado o seu nome como tendo intervindo para desbloquear procedimentos nos projetos investigados.
O Presidente convocou hoje os partidos para uma ronda de audiências no Palácio de Belém, em Lisboa, e vai reunir o Conselho de Estado na quinta-feira, dia em que está previsto falar ao país.
António Costa recusou a prática "de qualquer ato ilícito ou censurável" e manifestou total disponibilidade para colaborar com a justiça "em tudo o que entenda necessário".