Rui Rocha ao ataque: Costa quis "atirar" Lacerda e Escária "para debaixo do comboio"
Conselheiros da Iniciativa Liberal ouviram e aplaudiram o líder do partido ao ataque a Costa, mas também a Pedro Nuno Santos que considerou "delfim de Francisco Louçã". IL garante que vai a eleições com listas próprias apesar de esperar pressões.
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Sem poupar nas palavras, Rui Rocha abriu o Conselho Nacional da Iniciativa Liberal ao ataque a António Costa pela comunicação ao país deste sábado à noite em São Bento. Para o líder da IL, o grande objetivo do primeiro-ministro foi "distrair as atenções" e "atirar para baixo do comboio Lacerda Machado e [Vítor] Escária".
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Arrancando aplausos dos conselheiros que encheram uma sala de um hotel em Lisboa, Rui Rocha prosseguiu dizendo que o primeiro-ministro "estava a falar para os investigadores, não era para os investidores", considerando que esse foi um "ato gravíssimo gravíssimo de interferência numa investigação que está em curso, um completo desrespeito pela separação de poderes, um lamaçal no que diz respeito às instituições e à preservação da sua dignidade".
Também por isso, Rui Rocha considera que na próxima terça-feira, na audiência com o Presidente da República, António Costa não deve discutir acerca de João Galamba, mas da "própria presença dele no governo". "Não tem condições para continuar no poder num momento tão crítico para os portugueses", afirma.
Pedro Nuno, o "delfim de Fernando Louçã"
Ainda na análise da situação política e com o alvo bem definido ao Largo do Rato, Rui Rocha diz que "o futuro não pode ser para o país ter à frente da governação um antigo ministro e um atual ministro de António Costa".
Mas, por omissão, parece que a Iniciativa Liberal está a contar que seja mesmo o ex-ministro das infraestruturas a comandar o PS, isto porque foi em Pedro Nuno que Rui Rocha se demorou: "Não pode ser aquilo que alguém que é de uma esquerda radical, como Pedro Nuno Santos, faria do país. Não podemos ter um país paralisado pela ideologia, não podemos ter um país paralisado pela esquerda radical, não podemos ter um delfim de Francisco Louçã à frente do país, não pode ser".
Já no final do discurso, uma nova referência ao PS na noite de 10 de março. "Que esse seja o primeiro dia de muitos anos em que o PS esteja afastado do poder, o PS precisa de estar muitos anos afastado do poder para se curar a si próprio de todo o problema que gerou com esta falta de dignidade no exercício de funções públicas", diz Rui Rocha estabelecendo este como objetivo.
Os outros dois objetivos para a noite eleitoral é o de olhar para trás e que todas as decisões "que implicam coragem tenham sido tomadas" e que, "nessa noite, haja condições para que a solução que vem para o país seja uma solução que tem no seu núcleo a defesa de um caminho muito mais liberal para Portugal".
Identidade e listas próprias para 10 de março
Para dentro, Rui Rocha garantiu que "a IL apresentar-se-á com as suas listas, com as suas ideias e com os seus propósitos", rejeitando coligações.
No entanto, o líder dos liberais sabe que "vai haver pressão" e que "vai haver quem diga que se a Iniciativa Liberal fizesse uma coligação..." "Há quem vá falar do método de Hondt como nunca falou, aqueles que não quiseram alterar o sistema eleitoral, agora vão falar todos os dias do método de Hondt", atira.
"Aqueles que apelam ao método de Hondt estão errados porque o sucesso da IL é o sucesso que decorre de as pessoas não encontrarem no sistema partidário solução para seu voto, nós somos a solução para o voto de muita gente", considerou ainda antes de lembrar Rui Rio e que o problema dele para evitar a maioria absoluta não foi o não ter ido coligado, foi antes o facto ser uma "má oposição".