Em Atenas, o enviado especial da TSF passou o dia a perceber dúvidas e motivações dos eleitores no dia que pode decidir o futuro da Grécia.
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Hara acompanha uma amiga ao local de voto num bairro de Atenas. Ela já votou. Vive na capital mas fez 300 km até à terra onde nasceu e está registada para dizer "não" no refendo. Diz que não tem certezas sobre a bondade da escolha, mas dá por adquirido que a alternativa é pior.
"Prefiro votar em algo que não conheço e lutar pelo nosso futuro do que obedecer aos alemães e aprovar estas medidas com que não podemos viver", diz à TSF.
Niki é mais velha do que Hara. Tem 35 anos esta farmacêutica que também vota no "não". Admite que há um sério risco, mas que é um que vale a pena: "Vai ser duro, ganhe o "sim" ou o "não". Mas é diferente lutarmos por uma coisa que é nossa do que lutar a favor dos bancos estrangeiros".
Evangelus tem 40 anos e vota "sim". Nas últimas legislativas apoiou a nova democracia, mas agora, depois do referendo, diz que a Grécia só se salvará com outro tipo de solução.
"Definitivamente terá de ser um governo de todos os partidos, um governo nacional. Mas tem de ser formado por gente nova, outras pessoas que tomem medidas para uma nova economia que nos permita pagar as dívidas acumuladas", defende.
Votem "sim", votem"não", os gregos parecem de acordo num ponto: este referendo irá ter consequências profundas para o país. A Grécia irá mudar.