As farmacêuticas multinacionais não estão a fornecer o mercado e já há fármacos em falta nas prateleiras, como a insulina. Os clientes, sobretudo os mais velhos, estão a ficar aterrorizados. Foi isso que contou o dono de uma farmácia no centro de Atenas ao enviado da TSF.
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Até ontem, diz António, não houve problemas mas agora o quadro está a mudar. Os laboratórios gregos vendem normalmente, os laboratórios estrangeiros, que fornecem sessenta por cento dos produtos, fecharam a torneira.
"Essas empresas deixaram de vender, o que não é legal. Não é deixar de vender a credito, é não vender, ponto final. Eles decidiram fazer isso para provocar um problema no mercado", diz.
Estará o farmacêutico a sugerir que as multinacionais estão alinhadas com uma estrategia a favor do sim no referendo? António diz que a hipótese não é nada descabida.
Nas prateleiras da farmacia já não há insulina. Os que dela precisam, sobretudo os mais velhos, levaram tudo.
Os idosos "estão cheios de medo, sobretudo os idosos. Noventa por cento dos velhos estão aterrorizados e prontos para fazerem tudo que lhes mandem: votem sim, votem não, votem sim...estão dispostos a tudo, porque já estão a perder a cabeça".
António é testemunha a toda a hora desse estado de espirito. Diz que os velhos receiam que o fim esteja ao virar da esquina e para esse medo, ele não tem remédio que lhes prescreva.
Os mesmos receios foram confirmados por outras farmácias de Atenas visitadas pela TSF. Os donos confirmam um cenário de escassez mas preferem manter o anonimato.