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Boa tarde. O primeiro-ministro passou o dia a ouvir economistas sobre o "estado da arte" da economia nacional. E, sobretudo, sobre os planos de fuga desta crise. Entretanto, em Portugal - e no resto do mundo - o vírus continua a matar. Vamos aos principais factos do dia.
Os números mais recentes
Nas últimas 24 horas foram registadas mais 32 mortes em Portugal. O número de vítimas mortais sobe, assim, para 567. De acordo com os dados mais recentes da Direção-Geral da Saúde, há agora 17.448 casos de infeção, mais 514 que na segunda-feira. Até ao momento, 347 pessoas conseguiram vencer a doença, mais 70 que no último balanço.
Porque é que o Porto tem mais casos que Lisboa? A DGS explica.
Em Espanha, voltou a registar-se uma subida do número de mortos: mais 567 óbitos nas últimas 24 horas, elevando a triste estatística para mais de 18 mil mortos.
O Reino Unido registou mais 778 mortes e contabiliza já 12.107 vítimas mortais. Casos confirmados são 93.873.
Itália contabiliza já mais de 21 mil mortes, mas os contágios estão a diminuir.
Na Alemanha, o número de novos casos que conseguiram vencer a doença - perto de 3.600 -continua a ser superior ao número de novas infeções: 2.082 nas últimas 24 horas.
O que se passa no terreno
A China começou a fazer testes clínicos de duas vacinas para a Covid-19 em seres humanos. E há já 1.396 voluntários.
Por cá, a junta de freguesia do Areeiro anda a desinfetar as ruas, apesar de faltarem provas cientificas dos reais efeitos desta ação. A Inês André Figueiredo acompanhou uma destas ações e tem a reportagem.
A pandemia continua a fazer vítimas em várias frentes: o Banco Alimentar está a receber cerca de mil novos pedidos de ajuda todos os dias.
A Operação "Páscoa em casa" terminou com 87 detidos, 15 dos quais estavam infetados. 118 estabelecimentos foram encerrados.
Desde que foram fechadas as fronteiras, já foi detida uma pessoa e 1.500 foram impedidas de entrar em Portugal pelas fronteiras terrestres.
O que a política está a fazer...
O primeiro-ministro deu hoje mais uma entrevista - desta vez, ao Observador - e admitiu que as restrições, depois da crise, terão de ser levantadas a várias velocidades.
Primeiro-ministro que, esta terça-feira, está reunido com economistas para ouvir o que eles têm a dizer sobre a melhor forma para o país sair da crise - sanitária e económica.
Chamo também a atenção para a entrevista que o ministro das Finanças deu ontem à noite à TVI, onde, primeiro, traçou um quadro negro para a economia portuguesa neste trimestre e, depois, deixou um sinal de esperança para o futuro.
E, no entretanto, o Governo pede aos portugueses que confiem no SNS, sobretudo aos doentes que, não tendo Covid-19, precisam de outros cuidados de saúde.
O terceiro período escolar arrancou esta terça-feira com aulas à distância, desejavelmente com melhorias relativamente ao período anterior.
...e como tudo isto mexe com a economia
A Covid-19 já "matou" 2% das empresas portuguesas. É essa a principal conclusão de um inquérito do Banco de Portugal que indica ainda que 16% das empresas estão temporariamente fechadas.
As perspetivas são, de facto negras: o Fundo Monetário Internacional aponta para uma recessão de 8% em Portugal e 7,5% na zona Euro. Para o resto do mundo, o cenário não é mais animador.
Por paradoxal que possa parecer, um dos setores que mais está a sofrer com esta pandemia é o da comunicação social. Não por falta de trabalho, mas por falta de receita. A comunicação social, que já estava a atravessar uma longa agonia, está agora, literalmente, com a corda ao pescoço. A nacional e a regional. O Afonso de Sousa dá-lhe, nesta reportagem, uma pequena amostra do que se está a passar.
Informações que lhe podem ser úteis
"Não adie." O pedido é da diretora-geral da Saúde. Graça Freitas pediu hoje, na conferência de imprensa diária, que os portugueses não deixem de se vacinar para evitar novos surtos. Sobretudo os grupos prioritários, como as crianças, as grávidas e os doentes crónicos.
Testar, testar, testar. Portugal está a tentar cumprir o pedido da Organização Mundial de Saúde e, aparentemente, até estamos a testar mais, mas o número de casos positivos de Covid-19 não tem subido em proporção. Atualmente, Portugal tem uma taxa de 18.000 testes por milhão de habitantes.
Por falar em recomendações: os especialistas pedem a toda a gente que use "máscara sempre". Caso contrário, é "uma irresponsabilidade completa" e "vamos sofrer".
E se quer andar de máscara, mas sempre na moda, fique a saber que há marcas de luxo a contactar empresas nacionais para saberem que máscaras de uso social vão ser fabricadas em Portugal, de acordo com as normas técnicas aprovadas pelas autoridades de saúde, para poderem produzir máscaras mais "fashion".
Um dos efeitos que esta pandemia está a ter é o de uma redefinição da intimidade sexual. A Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica explica porquê.
Talvez lhe seja útil saber que a Ordem dos Psicólogos criou um guia para pais e cuidadores, para ajudar as crianças a estudar durante este período de confinamento.
Já agora, se sofre de alergias, sobretudo na primavera, tem mesmo de ler este texto: é que muitos sintomas podem confundir-se com os da Covid-19 e a Carolina Rico foi à procura de respostas.
Sugerimos ainda que...
A opinião de hoje tem a assinatura do Daniel Oliveira: "Sabe bem pagar tão pouco" é um título cheio de ironia.
"Sem medo do medo", hoje explicamos como se motivam atletas de alta competição, quando todos temos que estar parados.
Em isolamento social, "Com os livros estamos mais próximos". É por isso que o Carlos Tê - escritor e compositor - sugere hoje "No Bosque do Espelho", de Alberto Manguel.
O Bruno Nogueira e o João Quadros decidiram dissertar sobre "O beijo corona" - ou como há pessoas que não têm noção.
Até amanhã.