Acabou reunião entre Costa e Marcelo. Primeiro-ministro faz declaração às 17h00
No dia em que o Governo acena com uma crise política devido à votação da recuperação integral do tempo de serviço dos professores, o Presidente recebeu, em audiência, o primeiro-ministro - que irá, de seguida, dirigir-se aos portugueses.
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Já terminou a reunião entre António costa e Marcelo Rebelo de Sousa, em Belém, na sequência da crise causada com a aprovação pelo Parlamento da contabilização total do tempo de serviço dos professores. O primeiro-ministro irá fazer uma declaração ao país, após o encontro, a partir da sua residência oficial.
A reunião habitual entre o Presidente da República e o primeiro-ministro, que costuma acontecer à quinta-feira, irá decorrer esta sexta-feira, com a chegada de Marcelo Rebelo de Sousa a Portugal, após a visita oficial à República Popular da China.
Em cima da mesa deverá estar o tema da votação no Parlamento da recuperação integral do tempo de serviço congelado aos professores , que está a criar tensão entre o Governo de António Costa e a Assembleia da República.
A alteração ao decreto do Governo sobre a contagem do tempo de serviço dos professores contou com os votos contra do PS, mas teve o apoio de todas as outras forças políticas, estipulando que o tempo de serviço a recuperar são os nove anos, quatro meses e dois dias reivindicados pelos sindicatos docentes.
Antes de se dirigir a Belém para o encontro com Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa está no Palácio de São Bento, onde conduz uma reunião de emergência com os membros da coordenação política do Executivo.
Recorde-se que, se o diploma for aprovado em plenário, terá ainda de ser promulgado pelo Presidente da República para poder entrar em vigor.
O ministro classificou ainda a votação no Parlamento como "um espetáculo de absoluta irresponsabilidade orçamental" e uma "finta" à lei-travão, admitindo um pedido de recurso da decisão na Justiça.
Se a contagem integral do tempo de carreira dos professores seguir em frente, pode mesmo estar em causa um cenário de eventual demissão do Governo, como admitiu o presidente do PS, Carlos César, em declarações ao jornal Público , esta quinta-feira.
"É legítimo pensar-se que o PS não pode assumir responsabilidades de Governo quando entende que as políticas a que fica obrigado tornam essa gestão insustentável", declarou Carlos César.
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[Notícia atualizada às 15h29]