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Boa tarde. Enquanto grande parte do mundo continua a combater a maior pandemia dos nossos tempos, uma ínfima parte continua a dizer disparates e a espalhar informação errada que pode ser perigosa. É o caso do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e do chefe de Estado do Brasil, Jair Bolsonaro. Continuam a ser notícia pelos cargos que ocupam, mas, sobretudo, porque aquilo que dizem tem mesmo de ser escrutinado e "desmontado", para que o mundo não corra mais riscos do que aqueles que já enfrenta. Já lá vamos. Primeiro os números que fecham mais uma semana de pandemia.
Os números mais recentes
A "curva está controlada", mas ainda não é momento para respirarmos de alívio. O número de mortes em Portugal, pela Covid-19, voltou a subir: são mais 34 nas últimas 24 horas, elevando a contagem de óbitos para 854. O número de infetados subiu para 22.797 (mais 444) e há agora 1228 pessoas que conseguiram recuperar da doença.
O número de casos por Covid-19 em Portugal subiu, entretanto, de 12,8 para 21,7 por cada dez mil habitantes.
Em Espanha o número de mortos (367) voltou a descer nas últimas 24 horas, mas os contágios continuam a aumentar.
O Reino Unido registou mais 684 mortes nas últimas 24 horas e soma já mais de 19.500 vítimas mortais desde o início da pandemia.
Na Alemanha são já mais de 150 mil os casos de Covid-19 diagnosticados, mas, em contrapartida, já se curaram mais de 106 mil pessoas.
E depois temos os Estados Unidos. Onde o número de mortes continua a aumentar de forma exponencial (mais de três mil nas últimas 24 horas), mas onde vários estados já começaram a aliviar as medidas de contenção.
Parece estranho? Então é porque ainda não ouviu a nova teoria de Donald Trump. O Presidente dos Estados Unidos sugeriu que se injetasse desinfetante nos doentes com Covid-19 para... matar o vírus. Sim, leu bem. Podia ser para rir se não fosse tão triste. Até uma empresa de desinfetantes já veio avisar que as recomendações de Trump não são para levar a sério.
Não muito longe, no Brasil, há outro Presidente capaz de nos surpreender todos os dias, pelos piores motivos. Jair Bolsonaro decidiu agora questionar as recomendações da Organização Mundial de Saúde porque o diretor... não é médico.
Em todo o mundo, o novo coronavírus já matou quase 200 mil pessoas.
O que se passa no terreno
Testar, testar, testar. Demorou, mas já está a acontecer. Só nos lares de idosos, em Portugal, já foram feitos mais de 17 mil testes, anunciou o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. A maioria desses testes deu negativo.
Mas é preciso ter consciência que os testes não respondem a tudo. O aviso é de Graça Freitas, que pede cautela, sobretudo com os testes sorológicos.
A presidente da Comissão Europeia veio entretanto dizer que a grande prioridade é desenvolver e disponibilizar uma vacina. E a OMS lançou uma grande coligação para que as vacinas (quando existirem) e os testes de diagnóstico à Covid-19 possam ficar acessíveis no mundo inteiro.
Entretanto, a PSP está a preparar as celebrações do 1.º de Maio com a CGTP, para garantir que todas as regras de segurança são cumpridas.
O que a política está a fazer...
Se está a pensar aproveitar o fim de semana prolongado do 1.º de Maio para pegar no carro e ir dar uma volta, é melhor pensar duas vezes. O Governo vai proibir deslocações para fora do concelho da área de residência, tal como fez na Páscoa.
No próximo Conselho de Ministros, de dia 30, o Governo vai decidir quem pode e quem não pode abrir o comércio nos tempos mais próximos.
E o CDS quer oferecer internet grátis a professores e alunos,
... e como tudo isto mexe com a economia
Os efeitos do novo coronavírus na economia continuam a ser bem visíveis, qualquer que seja a perspetiva para onde olhamos. As bolsas europeias abriram hoje em baixa, desanimadas com as conclusões do Conselho Europeu desta quinta-feira.
Depois de pedir aos turistas que não fossem, o Algarve começou a preparar o regresso ao turismo. Mas com todas as cautelas.
As empresas que aderiram ao lay-offcomeçaram a receber hoje o apoio do Estado.
A Provedoria de Justiça tem recebido várias queixas de trabalhadores independentes e pede ao Governo que reveja os apoios extraordinários que estão a ser dados a estes profissionais.
E, já agora, a título de curiosidade - e, já agora, de demonstração da estupidez humana - fique a saber que alguns dos produtos que esgotaram mais rapidamente em supermercados um pouco por todo o mundo foram chá, cerveja ou alho, por exemplo. A Carolina Rico tem a história.
Informações que lhe podem ser úteis
Deve-se amamentar durante a pandemia? A resposta é sim. A Inês André Figueiredo esteve a ouvir as recomendações da Direção-Geral da Saúde e explica-lhe tudo.
Começou esta sexta-feira o Ramadão, uma das mais importantes datas do calendário muçulmano. Enquanto aguarda pelas orientações da Direção-Geral da Saúde para poder reabrir as mesquitas em Portugal, o imã da Mesquita de Lisboa, David Munir, decidiu apostar nas orações online.
Os institutos politécnicos esperam poder regressar às aulas presenciais lá para meados de maio. Com todos os cuidados, naturalmente.
Sugerimos ainda que...
A opinião hoje tem assinatura do Paulo Baldaia. "Liberdade rima com responsabilidade", para pensarmos todos um bocadinho.
E, já que estamos numa de refletir, vale a pena ouvir a voz do Fernando Alves, sobre "A maiúscula Avenida sem cravos, com jacarandás". São os "Sinais" deste final de semana.
A sugestão de leitura é do Fernando Pauloro Neves, jornalista e escritor, que nos oferece um texto da sua autoria.
Para acabar a semana a rir, espreite lá o Tubo de Ensaio, do Bruno Nogueira e do João Quadros, sobre a "Praia e corona".
Com corona ou sem corona, à sexta-feira é dia de Bloco Central. Esta semana com agenda cheia e sempre com os comentários do Pedro Adão e Silva e do Pedro Marques Lopes.
E, já que estamos na semana do 25 de Abril, permite-me dar-lhe uma última sugestão antes do fim de semana: continue a confiar no jornalismo, porque dele também depende a democracia. Com todas as falhas que ele possa ter - porque é feito por pessoas -, mas com a certeza de que os profissionais que estão aqui deste lado continuam empenhados e nunca desistem, nem nas situações mais adversas, como a que estamos a viver. Na TSF, 32 anos depois, as nossas prioridades não mudaram: são os que nos ouvem, os que nos leem e os que nos veem.
Bom fim de semana.