César garante PS "preparado para qualquer cenário" e aponta "enorme legado" de Costa
O partido não decide, para já, se antecipa ou não o congresso que tem marcado para março e diz-se pronto para enfrentar eleições antecipadas ou indicar um novo líder do Governo.
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O presidente do PS garantiu esta terça-feira que os socialistas estão preparados para a decisão que o Presidente da República venha a tomar depois da demissão de António Costa, seja a de convocar eleições antecipadas ou optar por uma mudança da liderança do Governo.
A posição foi assumida por Carlos César horas após o primeiro-ministro ter anunciado que apresentou a sua demissão ao Presidente da República, já aceite por Marcelo Rebelo de Sousa, após o Ministério Público revelar que António Costa é alvo de investigação autónoma do Supremo Tribunal de Justiça sobre projetos de lítio e hidrogénio.
"O PS está preparado para qualquer cenário, seja eleições ou mudança de liderança do Governo", declarou Carlos César, frisando que essa decisão compete ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, tendo ao seu lado o secretário-geral adjunto, João Torres, e a ouvi-lo e na primeira fila da plateia membros da Comissão Permanente do PS.
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O partido "tem capacidade para se preparar para qualquer uma dessas circunstâncias", sublinhou, sendo que não avança, para já, com cenários sobre a antecipação ou não do congresso marcado para março do próximo ano, esperando pela decisão do Presidente da República.
Questionado pela TSF sobre se o PS parte em desvantagem num hipotético cenário de eleições antecipadas, Carlos César rejeita a ideia e defende que este tem levado a cabo "uma boa governação" nos últimos anos.
Numa declaração em que começou por referir-se à demissão de António Costa, o líder socialista falou de notícias que "sobressaltaram a sociedade portuguesa e que perturbam as nossas consciências" suscitadas "por um comunicado" da Procuradoria-Geral da República.
"Apesar de nesse contexto não recaírem quaisquer acusações identificadas, formas ou concretas" sobre Costa, o próprio entendeu "apresentar ao Presidente da República o seu pedido de demissão".
Na sequência dessa decisão, e enquanto presidente do PS, Carlos César prestou "homenagem à exemplaridade do gesto" do primeiro-ministro demissionário e deixou palavras de "reconhecimento ao seu enorme legado como governante", tendo ultrapassado dificuldades nascidas da pandemia e conflitos armados, deixando Portugal "melhor".
O presidente do PS reconheceu também como Costa liderou o partido ao longo dos últimos anos e garante que os socialistas "continuam a contar" com o primeiro-ministro demissionário para servir o país.
António Costa, na comunicação ao país que fez a partir de São Bento, adiantou que, em caso de eleições legislativas antecipadas, não será pelo PS recandidato às funções de primeiro-ministro.
Na sequência do pedido de demissão do primeiro-ministro, o Presidente da República convocou os partidos com assento parlamentar para quarta-feira, o Conselho de Estado para quinta-feira e falará ao país a seguir.