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Boa tarde. O primeiro-ministro esteve a tarde toda no Parlamento a responder à oposição. Isto depois de ter participado no Conselho de Ministros que aprovou o Programa de Estabilidade. Do mesmo Conselho de Ministros saíram ainda várias medidas, para estes dias de pandemia que vivemos e que lhe podem ser úteis. Mas antes, vamos aos números do dia.
Os números mais recentes
Nas últimas 24 horas morreram mais 16 pessoas em Portugal vítimas da Covid-19. Os números mais recentes da Direção-Geral da Saúde apontam agora para 1105 óbitos e mais de 26.700 infetados.
Em Espanha, o número de vítimas mortais voltou a cair ligeiramente. Ainda assim, há já mais de 26 mil óbitos a lamentar e há mais de 220 mil pessoas infetadas.
Na Bélgica, o número de novos casos duplicou em apenas 24 horas e este país regista mais de 51 mil contágios.
A Rússia também volta a ser notícia por motivos semelhantes: registou o número mais elevado de infeções, desde o início da pandemia.
Nos Estados Unidos, a pandemia parece ainda muito longe de estar controlada. Só nas últimas 24 horas morreram mais de 2070 pessoas e o número de infetados é o mais elevado do mundo. Até Donald Trump, que começou por desvalorizar este vírus, já admite que esta crise é "pior do que Pearl Harbor e o 11 de Setembro".
Em toda a Europa, a pandemia já matou mais de 150 mil pessoas. O Reino Unido é o país mais afetado.
O que se passa no terreno
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, admitiu hoje que os chamados testes retrospetivos estão a ser ponderados. Ainda que se trate de uma questão muito complexa.
Entretanto, a Ordem dos Enfermeiros exige que sejam feitos testes, de 15 em 15 dias, a estes profissionais de saúde. A bastonária explica porquê.
Com o regresso de alguns alunos às escolas, os diretores não querem aulas presenciais para disciplinas que não requeiram exame final.
E, no terreno, mas mais longínquo, depois de várias recusas, a China aceitou agora que a Organização Mundial de Saúde envie especialistas a Wuhan - onde se acredita ter aparecido o paciente número um da Covid-19 - para investigarem a origem da doença.
O que a política está a fazer...
O dia foi de debate quinzenal e, no Parlamento, António Costa ouviu várias críticas, nomeadamente aos atrasos da Segurança Social na aprovação e pagamento do lay-off. O primeiro-ministro não só rejeitou essas críticas, como deixou ainda um elogio aos funcionários públicos que, nas palavras de Costa, fizeram num mês e meio o que demoraria 187 anos a fazer.
O essencial do debate está todo aqui, no Liveblog da TSF, mas se quiser um resumo a Inês André Figueiredo preparou-lhe um. E também pode ler a "trivela" que o primeiro-ministro fez a André Ventura.
Rui Rio puxou o tema da TAP e quis saber que planos tinha o Governo para salvar a companhia. A resposta está aqui.
O Governo aprovou, entretanto, em Conselho de Ministros, o Programa de Estabilidade, que segue agora para a Assembleia da República, onde é discutido na próxima semana.
Ainda na política nacional, Rui Rio deu uma entrevista à CMTV. E aproveitou para explicar que, para ele, uma empresa de comunicação social é igual a uma fábrica de sapatos e, por isso, não merece ter apoios específicos por parte do Estado.
Marcelo Rebelo de Sousa falou hoje com o Presidente chinês, ao telefone, e aproveitou para fazer uns pedidos.
... e como tudo isto mexe com a economia
Os efeitos económicos desta pandemia continuam a ser contabilizados e projetados todos os dias. Desta vez é a Organização Mundial do Turismo que aponta para perdas, neste setor, que podem chegam aos 80%.
A Associação Nacional de Municípios também já veio pedir ao Governo mais apoios na resposta à crise pós-Covid-19.
Informações que lhe podem ser úteis
O Conselho de Ministros aprovou hoje novas regras para as moratórias dos seguros. A falta de pagamento não pode levar ao cancelamento do contrato.
O aviso é da Ordem dos Contabilistas: as empresas que recorreram ao lay-off e já têm autorização para abrir as portas têm oito dias para o fazer. Caso contrário perdem esse direito.
Os bancos vão ser obrigados a divulgar a informação relativa às moratórias de crédito à habitação e ao consumo, criadas no âmbito da Covid-19. Ordem do Banco de Portugal.
Se costuma estacionar em Lisboa, atenção: a partir de segunda-feira ele volta a ser pago.
Está resolvido: até 30 de setembro os festivais de música estão proibidos. Se já comprou bilhete, tem direito a reembolso.
E mora em Cascais ou costuma andar por lá, talvez seja útil saber que a Câmara começou hoje a oferecer máscaras a quem anda nos transportes públicos.
Sugerimos ainda que...
Se não ouviu - e leu - ainda o pode fazer: "Heróis Invisíveis" é o título de uma Grande Reportagem da correspondente da TSF em Paris, Lígia Anjos, sobre os trabalhadores a quem o confinamento não foi permitido por serem imprescindíveis.
Em Leiria, a Câmara Municipal decidiu criar uma moeda local, para ajudar as famílias durante a pandemia. O Cláudio Garcia tem a reportagem,
E, por falar em histórias boas, o famoso artista Banksy decidiu oferecer uma obra em homenagem aos profissionais de saúde de um hospital britânico. A Sara de Melo Rocha conta-lhe a história.
A opinião hoje tem a assinatura do Adolfo Mesquita Nunes, que escreve sobre "O melhor destino de investimento privado do mundo".
O Fernando Alves trouxe "Sinais" do "take-away do conhecimento, em Canindeyú".
E porque mais vale viver "Um dia de cada vez", a Teresa Dias Mendes hoje esteve à conversa com o Diácono João Sarmento.
Não se esqueça de sorrir: o "Tubo de ensaio" hoje disserta sobre pessoas que insistem em "falar perto em tempos de pandemia".
Até amanhã.