Presidente do PSD acusa o Governo de encenar um "golpe de teatro" e enganar os portugueses.
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Rui Rio acusa o Governo de encenar uma crise política para justificar um eventual mau resultado nas eleições Europeias.
"O Governo vê que a campanha eleitoral para Europeias e tenta um golpe de teatro. Está a brincar com coisas sérias", disse o líder do PSD à margem de uma visita à Feira do Móvel, em Paços de Ferreira.
O social-democrata acusa ainda o Governo de "mentir aos portugueses" ao alertar para o impacto orçamental da contabilização integral do tempo de serviço dos professores - este ano não existirá e nos anos seguintes só "se o Governo quiser, seja qual for o Governo".
"Isto é um golpe de teatro, não tem qualquer efeito prático", reforçou. Avançar uma moção de censura, "o Governo demitir-se ou não é tudo a mesma coisa".
Uma coisa é certa, a posição do PDS não vai mudar, assegura Rui Rio: "eu não tenho duas caras".
"Um espetáculo de enorme irresponsabilidade" - é assim que o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, classifica o caso em entrevista à TSF , apelando aos partidos que reconsiderem a decisão.
Isto depois da aprovação, na especialidade, de uma alteração ao decreto do Governo, estipulando agora claramente que o tempo de serviço a recuperar são os nove anos, quatro meses e dois dias reivindicados pelos docentes.
Na comissão parlamentar de Educação e Ciência, uma nova redação do artigo 1.º do diploma foi aprovada com os votos do PSD e CDS e abstenção do PCP e do Bloco.
Ficou ainda acordado que os dois anos, nove meses e dois dias de tempo de serviço congelado aos professores que o Governo queria devolver faseadamente sejam pagos até 2020 e com efeitos retroativos a janeiro de 2019.
O Governo e o PS têm considerado que esta medida terá "pesado" impacto financeiro nas contas públicas, entre 600 e 800 milhões ao ano, apresentando também problemas de constitucionalidade. O líder parlamentar do PS, Carlos César, abriu mesmo a porta a uma eventual demissão do Governo.
O primeiro-ministro convocou de emergência os membros da coordenação política do Governo para uma reunião de trabalho esta sexta-feira, em São Bento, com a presença do ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.
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