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Boa tarde. O Governo está a ouvir os partidos políticos antes de aprovar, em Conselho de Ministros, as medidas que vão vigorar durante o estado de calamidade, a partir de dia 3 de maio. E Bolsonaro voltou a "atacar". Vamos aos números que contam a história desta pandemia hoje.
Os números mais recentes
Mais 25 mortes nas últimas 24 horas. E são já quase mil as pessoas que morreram em Portugal com o novo coronavírus. O número de infetados voltou a subir para os 24.505. Mais de 90% das mortes em Portugal ocorreram em hospitais.
Depois de dois dias em queda, Espanha voltou a registar uma subida ligeira no número de mortos. Nas últimas 24 horas houve mais 325 vítimas mortais, de um total de 24.275. O número de infetados está já perto dos 213 mil.
Ainda assim, o Governo espanhol vai mesmo dar início ao processo de transição. Vão ser quatro fases que terminam no final de junho.
A Alemanha tem mais de seis mil óbitos registados e mais de 157 mil infetados. A Baviera é o estado federado mais afetado.
No Brasil o número de mortes pela Covid-19 já ultrapassa os cinco mil e há já quase 72 mil infetados. Bolsonaro pergunta: "E daí? Sou Messias mas não faço milagres." Mais uma para a caderneta.
A ONU veio, entretanto, alertar que as políticas do Presidente brasileiro colocam milhões de vidas em risco.
Nos Estados Unidos, Donald Trump - que tem uma caderneta tão grande ou maior do que a de Bolsonaro - anda agora mais caladinho, tantas foram as alarvidades que disse nos últimos dias. Mas, mais importante ainda, o número de mortes pelo novo coronavírus já é superior ao da Guerra do Vietname. Em dois meses morreram 58.365 pessoas. Mais do que em 20 anos de guerra.
Já agora, nesta volta ao mundo, vale a pena espreitar o caso da Suécia que nunca fechou o país durante o combate à pandemia. O New York Times esteve a analisar como foi possível combater o vírus e manter a economia aberta.
Em todo o mundo, a pandemia da Covid-19 já matou mais de 217 mil pessoas e infetou mais de três milhões.
O que se passa no terreno
Fim de semana prolongado, temperaturas altas e 1.º de Maio. A mistura é potencialmente explosiva e, no terreno, as autoridades preparam-se para apertar a fiscalização. Por isso, o melhor mesmo é ficar em casa.
A Direção-Geral da Saúde garante que os infetados que estão em vigilância não têm falta de fiscalização por parte das autoridades policiais. Isto porque a polícia queixou-se que lhe faltavam listas com os nomes das pessoas que deviam estar a ser fiscalizadas.
O Governo Regional dos Açores está a avaliar um reforço de meios para combater uma eventual segunda vaga da pandemia.
No Rio de Janeiro, um grupo de investigadores encontrou o novo coronavírus nos esgotos. O objetivo é acompanhar o comportamento da disseminação do vírus.
E, ainda no terreno, em muitas cidades de Itália e do México esta pandemia abriu a porta à máfia que se está a aproveitar da crise social para aumentar a atividade criminosa.
O que a política está a fazer...
O Governo aprova amanhã em Conselho de Ministros as medidas para o novo estado de calamidade, que entra em vigor a 3 de maio. Antes disso, António Costa está hoje reunido com os vários partidos políticos e janta à noite com o Presidente da República, no Palácio de Belém.
A decisão ainda não está tomada, mas a promessa fica já feita: qualquer intervenção pública na TAP terá como contrapartida um acompanhamento exaustivo, por parte do Estado, de todos os atos de gestão. Promessa de ministro hoje no Parlamento que deixou ainda uma crítica à gestão privada da companhia: a TAP já não estava a ser bem gerida antes da crise da Covid-19.
O Bloco de Esquerda quer uma redução do preço das creches que compense, de alguma forma, a perda de rendimentos dos pais. A proposta deu entrada no Parlamento esta quarta-feira.
A Austrália insiste em que seja feita uma investigação séria à China, desconfiada que está sobre a origem do vírus. Nem as ameaças do regime chinês parecem demover o Governo australiano.
... e como tudo isto mexe com a economia
Não é que seja propriamente surpreendente, mas o sentimento económico na Zona Euro e na União Europeia registou em abril a maior quebra mensal desde que há registos. Portugal não é exceção e os gráficos são impressionantes.
Por cá, o Ministério do Trabalho anunciou que os apoios pagos pela Segurança Social até ao final deste mês custam 150 milhões de euros.
A Volkswagen, por exemplo, viu os lucros recuarem mais de 86% nos primeiros três meses do ano.
E a CP está a perder quatro milhões de euros por semana, devido à redução da procura.
Metade dos trabalhadores do planeta corre o risco de ficar sem meios de subsistência. O alerta é da Organização Internacional do Trabalho.
Uma redução de 10% nos seguros. O pedido é de um conjunto de personalidades portuguesas e é feito a pensar, sobretudo, no setor automóvel. Já que os carros, nos últimos meses, têm ficado na garagem.
Informações que lhe podem ser úteis
Cuidado com a publicidade enganosa. Há máscaras à venda que não foram testadas nem certificadas. O Centro Tecnológico das Indústrias do Têxtil e do Vestuário tem, neste momento, cerca de 600 modelos à espera de aprovação para estarem disponíveis no mercado.
É mais uma ferramenta para comunicarmos à distância. A Google lança na próxima semana o Google Meet. É gratuito. E o Rui Tukayana já experimentou.
Sugerimos ainda que...
Se ainda não leu (ou ouviu), não perca a entrevista com o neurocientista português que lidera o Instituto do Cérebro da Universidade de Columbia. Ele esteve à conversa com o Rui Polónio e acha que esta "pandemia pode deixar um trauma coletivo".
"Um dia de cada vez", podia ser parte da resposta a este trauma coletivo. A Teresa Dias Mendes esteve à conversa com Patrícia Vasconcelos, uma mulher das artes que, nos últimos tempos, se tem dedicado a outras "artes".
E "Sem medo do medo" aborda os "erros e enviesamentos na pandemia".
Os "Sinais" do Fernando Alves hoje trazem-nos "um intenso clarão no céu".
Para rir, nada melhor do que uma dose diária de "Tubo de Ensaio", com o Bruno Nogueira e o João Quadros.
Amanhã à mesma hora.
Fique bem.