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Boa tarde. A pandemia da Covid-19 continua a matar na economia real. Na política, Cavaco Silva e Jorge Sampaio não vão marcar presença nas cerimónias do 25 de Abril no Parlamento, apesar da DGS garantir que as regras vão ser todas respeitadas. E há novidades sobre a evolução da pandemia em Portugal. Vamos aos números?
Os números mais recentes
Já há mais casos recuperados do que mortes. Os números mais recentes da Direção-Geral da Saúde mostram que 917 pessoas conseguiram vencer a Covid-19 e que, a lamentar, há 762 vítimas mortais. O número de contágios está agora nos 21.379.
Em Espanha, o número de mortos voltou a aumentar: nas últimas 24 horas o país registou mais 430 óbitos, elevando assim a contagem para mais de 21 mil vítimas mortais. O número de contágios baixou ligeiramente.
O Reino Unido registou mais 823 mortos, que fazem subir para 17 mil os óbitos neste país. Há, neste momento, 129.044 casos registados de contágio.
A Alemanha contabilizou mais 194 mortos, em 24 horas, e regista já mais de .500 vítimas mortais desde o início da pandemia. O número diário voltou a subir em relação a segunda-feira.
Nos Estados Unidos, a Covid-19 já fez mais de 42 mil vítimas mortais. Só nas últimas 24 horas morreram mais 1433 pessoas, o que representa, ainda assim, uma descida face aos dias anteriores. Donald Trump anunciou, entretanto, que vai suspender temporariamente a imigração para os EUA.
No continente africano, o número de mortes pelo novo coronavírus subiu para 1158 e há 23 mil casos de infeção registados.
A Covid-19 já matou mais de 170 mil pessoas em todo o mundo.
O que se passa no terreno
Arrancaram, esta terça-feira, os testes de imunidade à Covid-19 no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.
E os ventiladores "made in Portugal" vão ficar isentos do selo europeu de qualidade. A aprovação é do Infarmed e a história é-lhe contada pelo Nuno Guedes.
Há várias semanas na frente de batalha, médicos e enfermeiros tiveram hoje uma triste surpresa quando olharam para a conta bancária. Um erro informático deixou-os de fora dos aumentos salariais decididos pelo Governo para este ano. É verdade que 0,3% de aumento não deixa ninguém rico. Mas não é menos verdade que, no momento que vivemos, isto podia ter acontecido com toda a gente menos com os médicos e enfermeiros. O Executivo de António Costa promete pagar tudo em maio.
A maioria dos caravanistas que estava em Portugal e que devia ter abandonado o país está, afinal, estacionada em sítios ilegais. Com os parques de campismo fechados, milhares de caravanistas ficaram por cá e vivem agora sem condições básicas. A Sara de Melo Rocha tem a história.
O que a política está a fazer...
Ainda a polémica sobre as cerimónias do 25 de Abril: o Parlamento decidiu que menos de um terço dos deputados vai estar presente na sessão do próximo sábado. E todos com o devido distanciamento social.
Depois de Jorge Sampaio, agora é Cavaco Silva que também não vai estar presente nas cerimónias da Assembleia da República. Mas não diz porquê.
A DGS garante que o 25 de Abril, no Parlamento, tem medidas mais do que suficientes.
A comissária europeia da Saúde veio, entretanto, pedir "muita cautela" aos Estados-membros na hora de levantar as restrições. Até porque "a covid-19 não se vai embora", alerta Stella Kyriakides.
Os eurodeputados vieram pedir, entretanto, a criação de um fundo de emergência para a União Europeia.
Esta semana há Conselho Europeu, para discutir as soluções que a União Europeia vai apresentar para combater a crise económica. O Governo português espera um "consenso ambicioso".
Dado curioso, em semana de Conselho Europeu, a Holanda é o país que mais tem enriquecido com o projeto europeu. Os dados são da própria Comissão Europeia.
... e como tudo isto mexe com a economia
Pela primeira vez na história, o barril de petróleo passou para terreno negativo. A Arábia Saudita já veio dizer que está pronta a agir.
São sobretudo trabalhadores a prazo os que estão a perder o emprego em Portugal. Os despedimentos mais do que duplicaram em apenas um mês.
Quase metade das empresas portuguesas diz não ter condições para se manter em atividade por mais de dois meses se o Governo não avançar com novas medidas de apoio.
O ministro da Economia pede "prudência" na reabertura da economia portuguesa e estima que a cada 15 dias possa ser retomada uma parte da atividade económica. E avisa que as medidas contra a Covid-19 custam 2800 milhões de euros por mês.
"Doze zeros" é muito zero. Mas são todos os zeros que Mário Centeno considera necessários para a resposta europeia à crise criada pela pandemia do novo coronavírus. O resumo da entrevista ao Público está aqui.
A Galp decidiu suspender a atividade na refinaria de Sines a partir de 4 de maio. A comissão de trabalhadores está preocupada, sobretudo com a situação dos prestadores de serviços.
Os produtores de flores não sabem o que fazer a tanta flor. Com quebras de faturação de 70%, por falta de escoamento, o destino mais provável das flores ornamentais é mesmo... o lixo.
Informações que lhe podem ser úteis
Antevendo uma corrida desenfreada, a Organização das Nações Unidas aprovou uma resolução para garantir acesso igual às vacinas para a Covid-19, quando elas existirem.
A Associação Dignitude tem em curso um programa para facilitar o acesso a medicamentos essenciais, sem que tenha que sair de casa. E ainda cobre parte do preço dos medicamentos.
A pandemia atirou milhares de trabalhadores para o teletrabalho, mas talvez seja útil saber que os patrões estão proibidos de controlar quem está a trabalhar a partir de casa, A única coisa que podem verificar são os horários e os objetivos. O Nuno Guedes conta-lhe tudo.
Se o seu telefone tocar, atenda. Pode ser alguém para lhe ler um poema. A iniciativa é da Casa Fernando Pessoa que está a distribuir leituras de poemas e textos para aliviar o isolamento social.
Sugerimos ainda que...
Hoje, o Fernando Alves fala dos "Tantos zeros" que Mário Centeno coloca na ajuda financeira que vai ser preciso dar aos países europeus.
A opinião tem a assinatura do Daniel Oliveira e é sobre "a polémica forçada do 25 de Abril".
E a Inês Fonseca Santos - jornalista e escritora - lê-nos um excerto de "A imprecisa melancolia", de Luís Quintais. Porque "Com os livros estamos mais próximos".
Se quiser acabar o dia a rir, é fazer play no Tubo de Ensaio de hoje. O Bruno Nogueira e o João Quadros dissertam sobre a "Telescola moderna".
E, já agora, no meio da polémica sobre as celebrações do 25 de Abril, fique atento à entrevista com o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues. Esta quarta-feira, às 09H30, na TSF e em tsf.pt.
Até amanhã.