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Boa tarde. A polémica em torno das comemorações do 25 de abril está aquecer. Há petições para todos os gostos e há até quem já tenha anunciado que não vai estar presente. Entretanto, arrancou a telescola. Mas, primeiro, vamos aos números do dia.
Os números mais recentes
Já morreram 735 pessoas em Portugal devido à Covid-19, mais 21 só nas últimas 24 horas. Mais de metade das mortes registaram-se no norte do país. O número de contágios aumentou em 657 novos casos, elevando o total para 20.863.
Em Espanha, o número de mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas caiu para 399. É a primeira vez, em quatro semanas, que o balanço diário de mortes por Covid-19 se situa abaixo dos 400.
Nos Estados Unidos o número de mortos não para de aumentar. Só nas últimas 24 horas morreram quase duas mil pessoas, elevando assim a contagem dos óbitos para mais de 40 mil.
O Brasil atingiu este domingo um total de 2.462 mortes - um número que tem vindo a baixar - e conta já com 38.654 casos de infeção.
Bolsonaro, esse, continua a ignorar recomendações da Organização Mundial de Saúde e decidiu participar numa manifestação.
Em todo o mundo, já morreram mais de 165 mil pessoas e há quase 2,5 milhões de infetados com Covid-19.
O que se passa no terreno
Hoje foi o primeiro dia do resto do ano letivo para muitos alunos portugueses. Arrancaram as aulas na televisão para cerca de 850 mil alunos.
O jornalista Gonçalo Teles decidiu voltar à escola e, às 9H da manhã, lá estava ele, muito atento, à disciplina de português. "A professora Isa e a Casa da Mosca Fosca" é o título que ilustra a reportagem.
Uma coisa é certa: a pandemia do novo coronavírus obrigou-nos a repescar soluções do passado, mas também a encontrar novas soluções, digitais, que facilitem o ensino à distância. O problema é quando uma família de oito tem de partilhar um único computador. A Helena Vieira tem a reportagem.
E como era a telescola antigamente? Um admirável mundo novo para professores e alunos que ajudou a abrir o mundo em muitas regiões do interior do país.
Em Lisboa, foram confirmados 138 casos positivos de coronavírus num hostel no centro da cidade. A Junta de Freguesia de Arroios receia que haja mais pensões em situação semelhante.
Do terreno, chegam queixas de Bragança: o presidente da Câmara acusa o secretário de Estado de falta de respeito e desprezo pelo distrito. Em causa a falta de testes.
Entretanto, a Direção-Geral da Saúde garante que as autoridades estão a investigar mortes por Covid-19 em casa e nos lares de idosos.
O que a política está a fazer...
A polémica agora é sobre as celebrações do 25 de abril. A Assembleia da República decidiu manter as cerimónias oficiais, com um limite máximo de 130 pessoas, mas a decisão está longe de ser pacífica. Há petições para todos os gostos: contra e a favor, como esta, encabeçada por Manuel Alegre.
O presidente do CDS já disse que não vai marcar presença e António Costa já veio dizer que está tudo a ficar muito nervoso.
A Assembleia da República está, entretanto, reunida com as autoridades de saúde para definir as regras necessárias para que estas cerimónias possam acontecer. E a lista de convidados, já agora. Deputados, já se sabe, não serão mais de 65.
Rui Rio, que tem sido acusado de andar demasiado colaborante com o Governo, veio agora criticar o executivo: o líder do PSD não concorda com os aumentos salariais de 0,3% para a função pública, tendo em conta o contexto atual do país. E veio para o Twitter expressar essa discordância.
... e como tudo isto mexe com a economia
O desemprego, em março, cresceu quase 9% face ao mês anterior. É uma das consequências mais dramáticas desta pandemia, na frente económica.
Também em março, a atividade económica em Portugal registou uma "forte redução". De acordo com o Instituo Nacional de Estatística, "todos os indicadores de confiança das empresas diminuíram".
O Banco de Espanha prevê uma contração económica até 13,6% este ano.
Um investigador da Universidade do Minho, estima que a crise económica provocada pela pandemia de Covid-19 possa vir a ditar o fim de cinco das dez equipas que atualmente competem no Campeonato do Mundo de Fórmula 1.
Nem só de más notícias se escreve a história económica por estes dias. Há empresas do setor têxtil que estão a reinventar-se e pedem à União Europeia que crie normas para a produção de máscaras sociais que possam ser exportadas.
Informações que lhe podem ser úteis
O uso de máscaras cirúrgicas viola as recomendações? A resposta é "não" desde que haja máscaras suficientes no marcado. Palavra da diretora-geral da saúde.
O Governo vai disponibilizar 68 milhões, a fundo perdido, para investigação e produção de equipamentos de proteção. A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, explicou na TSF o que as empresas têm de fazer para se candidatar.
Por falar em empresas, o prazo para pagamento do IVA acaba hoje. Pagar faseadamente é sempre uma opção.
E, já agora, fique também a saber que as previsões meteorológicas estão agora mais imprevisíveis. Com a suspensão de voos em todo o mundo, a qualidade dos dados meteorológicos é agora mais baixa.
Para os crentes, vem aí a teleabsolvição. Numa altura em que os espaços de culto estão encerrados, a igreja católica quer permitir que todos se possam confessar a um sacerdote. O telefone foi a solução encontrada.
Até porque, as restrições às celebrações religiosas devem manter-se em maio. Foi essa a principal conclusão do encontro entre o primeiro-ministro e D. Manuel Clemente.
Sugerimos ainda que...
30 dias em estado de emergência. A Cristina Lai Men mergulhou nos sons que marcaram o último mês e esculpiu "Dias de emergência, vidas em suspenso". Vale mesmo a pena ouvir.
A opinião hoje tem a assinatura do Pedro Tadeu e vem em forma de pergunta: "O coronavírus pode matar o 25 de abril?"
"Desligados" é a opinião de Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, escreve sobre as incertezas que ainda existem sobre este ano lectivo.
Este fim de semana houve reunião do "Governo Sombra", que pode ver e ouvir aqui.
E, claro, todos os dias, temos Tubo de Ensaio. Hoje o Bruno Nogueira e o João Quadros falam do "Corona e o 25 de abril".
Até amanhã.