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Boa tarde. Há uma pequena luz, mas ainda não se vê a luz. É assim que o primeiro-ministro e o Presidente da República descrevem a evolução favorável da pandemia em Portugal. Mas é preciso "prudência", avisa a Direção-Geral de Saúde. Vamos aos números que marcam esta terça-feira.
Os números mais recentes
Morreram mais 34 pessoas em Portugal vítimas da Covid-19. O número total de óbitos eleva-se, assim, para 345 e o número de casos confirmados sobe para 12.442. O número de pessoas recuperadas também voltou a subir: são agora 184.
Nas últimas 48 horas, registou-se ainda um aumento do número de profissionais de saúde infetados. São mais 103 a engrossar a lista de 1.435.
Em Espanha, depois de três dias de evolução favorável, o número de mortos voltou a aumentar: já morreram 13.798 doentes com o novo coronavírus. As autoridades espanholas acreditam já ter atingido o pico, mas decidiram, ainda assim, prolongar o estado de emergência.
O Reino Unido continua a bater recordes e, só nas últimas 24 horas, morreram mais 786 pessoas. O primeiro-ministro, Boris Johnson, também ele infetado com a Covid-19, foi ontem transferido para os cuidados intensivos, está a receber oxigénio, mas não está ligado ao ventilador. O Gonçalo Teles recorda-lhe aqui a estratégia seguida inicialmente pelo Reino Unido no combate à pandemia e a inversão de marcha que teve de fazer entretanto.
Nos Estados Unidos, o número de vítimas mortais ultrapassa já as 10.000, enquanto na China, pela primeira vez, houve um dia sem que se registasse uma única morte.
O novo coronavírus já matou, em todo o mundo, mais de 75 mil pessoas.
O que se passa no terreno
Faltam testes, faltam máscaras, falta ainda muito equipamento no "campo de batalha" para combater esta pandemia em Portugal.
Em Espinho, o Provedor da Santa Casa da Misericórdia fala em "frustração e desespero", depois de 10 dias à espera para realizar o teste de despiste à Covid-19 aos utentes e funcionários do lar de terceira idade.
Sentimento idêntico ao que se sente em Aveiro, onde já morreram 15 utentes de um lar de idosos e outros 99 estão infetados. O presidente da Câmara, Ribau Esteves, está furioso com o Governo.
Bem longe daqui, no Nepal, há portugueses que continuam à espera de uma viagem de regresso. A Sara de Melo Rocha falou com um deles, que já perdeu oito quilos.
O que a política está a fazer...
A analisar e a decidir. Passo a passo, com todas as cautelas. Esta terça-feira houve nova reunião no Infarmed para fazer um ponto de situação. Presidente da República e partidos políticos saíram satisfeitos com o que ouviram e foram unânimes na mensagem: é preciso ganhar abril para podermos ganhar alguma liberdade em maio.
O que significa que, muito provavelmente, as escolas portuguesas continuarão fechadas este mês. O Ministro da Educação vai ouvir, ainda hoje, pais, professores e diretores de escolas para, depois, o Governo tomar uma decisão que será comunicada na próxima quinta-feira. O Rui Polónio já os foi ouvir e estão todos de acordo, exceto numa coisa: o que fazer aos exames do 12º ano?
Na Europa, os ministros das Finanças voltaram a reunir-se, esta tarde, para discutir uma estratégia comum de combate à crise económica provocada pela pandemia. E a palavra-chave aqui é comum. Mário Centeno, enquanto presidente do Eurogrupo, já percebeu que os coronabonds não vão reunir consenso e decidiu, por isso, atirar essa discussão mais para a frente. Vejamos agora qual é a próxima pedra no caminho.
...e como tudo isto mexe com a economia
Quatro em cada dez trabalhadores está em risco de perder o emprego. As contas são da Organização Internacional do Trabalho, que fala já numa verdadeira "catástrofe".
Um dos setores, por cá, que já sente esse risco é o das carnes, que regista quebras a rondar os 80%, em alguns casos.
Depois de irem a Belém, os principais bancos nacionais já vieram dizer que estão muito disponíveis para ajudar a economia portuguesa.
Informações que lhe podem ser úteis
O Governo criou um gabinete de crise para apoiar as empresas, que entretanto se continuam a queixar da falta de clareza e de alterações constantes nas medidas de apoio.
Atenção às falsas sensações de segurança: a Direção-Geral de Saúde avisa que não há qualquer evidência científica de que o desinfetante utilizado nos transportes públicos seja eficaz. O Nuno Guedes explica-lhe tudo.
E para evitar a propagação de notícias falsas, o Whatsapp vai limitar o reencaminhamento de mensagens.
Sugerimos ainda que...
Pode uma pandemia matar a democracia? A investigadora norte americana Kim Lane Scheppele considera que sim e avisa que é isso que está a acontecer na Hungria. A Judith Meneses e Sousa esteve a ouvi-la e faz-lhe o resumo.
Não perca ainda a entrevista exclusiva da TSF ao presidente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, feita pelo Ricardo Alexandre.
O Daniel Oliveira assina hoje a opinião da TSF e avisa que "o estado de emergência também é para grupos privados de saúde".
Relaxe a ouvir a conversa que a Teresa Dias Mendes teve com os músicos Cristóvam e Pedro Varela, autores da música "Andrà tutto bene - Vai ficar tudo bem". Porque o melhor mesmo é viver "Um dia de cada vez".
E, já agora, hoje há superlua. Fique em casa, ponha a cabeça fora da janela e espreite. Se não conseguir, venha espreitar as imagens em tsf.pt.
Já sabe, toda a informação é atualizada ao minuto na TSF e em tsf.pt.
Até amanhã.